A EDP registou uma subida nos lucros recorrentes de 6% para os 871 milhões de euros, com Portugal a pesar negativamente, devido à seca registada no país em 2022, divulgou hoje a empresa.
Tendo em conta custos não recorrentes de 192 milhões, incluindo maioritariamente imparidades em centrais térmicas no Brasil e na Península Ibérica, o resultado líquido subiu 3% para 679 milhões de euros.
A prestação foi suportada pelo “bom desempenho das operações internacionais, sobretudo da atividade de energias renováveis na Europa e nas operações de redes de eletricidade no Brasil. A seca extrema registada em Portugal no período de 12 meses terminado a setembro de 2022 (ano hidrológico 2021/22, o 3º mais seco desde 1931) penalizou fortemente os resultados da EDP em 2022, mesmo considerando a forte pluviosidade no 4.º trimestre de 2022, que permitiu a recuperação do armazenamento nas albufeiras para níveis acima da média (~70%), melhorando as perspetivas de produção no início de 2023”.
O EBITDA cresceu 23% para 2.157 milhões de euros, suportado pelo “aumento dos recursos eólicos (+3 p.p.), da capacidade instalada média (+9%) bem como pela evolução favorável do câmbio”.
Por seu turno, o EBITDA recorrente aumentou 21% para 4.522 milhões de euros no ano de 2022, uma subida de 15% excluindo variações cambiais, com forte contributo do crescimento na EDP Renováveis e nas redes de eletricidade no Brasil, de acordo com o comunicado.
“Este resultado continuou a ser fortemente penalizado pelo fraco desempenho de Portugal, que registou um resultado líquido negativo de -257 milhões de euros, na sequência da seca extrema nos primeiros nove meses do ano e das imparidades em centrais térmicas, registadas no final do ano”, pode-se ler.
Já o investimento bruto duplicou para 6,7 mil milhões de euros em 2022, dos quais 96% em energias renováveis e redes de eletricidade, “reforçando o compromisso da EDP com a transição energética”.
A elétrica instalou 2,2 gigawatts de capacidade nas energias renováveis, tendo registado um recorde de 4 gigawatts de capacidade em construção.
“Durante o ano de 2022, a EDP reforçou a sua posição de liderança no panorama mundial de renováveis, tendo estabelecido uma plataforma de crescimento de renováveis na Ásia Pacífico, através da conclusão da aquisição da Sunseap, e reforçado a sua presença na Europa, através da aquisição da carteira de projetos solares em
desenvolvimento da Kronos, maioritariamente na Alemanha. O ano de 2022 fica também marcado pela aposta em novas oportunidades de investimento em tecnologias limpas, com a inauguração do parque solar flutuante em Alqueva, o maior da Europa em albufeira, e a produção da primeira molécula de hidrogénio verde, no Brasil”, segundo a elétrica.
No final de 2022, a dívida líquida totalizava 13,2 mil milhões de euros, mais 1,7 mil milhões “refletindo principalmente a aceleração do investimento, sobretudo em renováveis e redes de eletricidade, e a apreciação do real brasileiro e do dólar americano.
A elétrica vai propor o pagamento de um dividendo de 19 cêntimos por ação, em linha com o ano passado.
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