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Lucros da estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique recuaram 13% em 2024

No documento, a que a Lusa teve hoje acesso, é referido que destes resultados líquidos foi decidido entregar 42%, equivalente a 1.083 milhões de meticais (14,8 milhões de euros), como dividendos ao Estado, contra 35% do total dos lucros de 2023, no valor de 1.042 milhões de meticais (14,3 milhões de euros), sendo o restante aplicado em reservas.
3 Junho 2025, 16h24

Os lucros da empresa estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) recuaram 13% em 2024, para 2.579 milhões de meticais (35,4 milhões de euros), devido às manifestações pós-eleitorais, segundo o relatório e contas.

No documento, a que a Lusa teve hoje acesso, é referido que destes resultados líquidos foi decidido entregar 42%, equivalente a 1.083 milhões de meticais (14,8 milhões de euros), como dividendos ao Estado, contra 35% do total dos lucros de 2023, no valor de 1.042 milhões de meticais (14,3 milhões de euros), sendo o restante aplicado em reservas.

A administração admite no relatório que o exercício económico de 2024 “foi positivo, embora não satisfatório”, desde logo devido às intempéries do primeiro semestre, com impactos sobretudo no sul do país, bem como pelos 101 descarrilamentos no sistema ferroviário sul e centro, sob gestão do CFM.

“O desempenho da empresa ficou afetado pelas manifestações pós-eleitorais que assolam o país desde o mês de outubro último, que se caraterizaram em bloqueios das vias, quer férreas como rodoviárias, conduzindo deste modo a diversas paralisações das operações ferroportuárias, incluindo a danificação das infraestruturas e equipamentos ferroviários, tendo afetado a empresa em cerca de 17 milhões de dólares [15 milhões de euros] em perdas”, lê-se no documento.

Destaca, contudo, que apesar destes “fatores negativos”, foram transportados no sistema ferroviário em 2024 cerca de 27,34 milhões de toneladas líquidas, contra a meta de 34,55 milhões de toneladas, ainda assim mais 3% face a 2023, das quais 12,87 milhões de toneladas, contra a meta de 15,35 milhões, nas linhas de gestão direta do CFM, um crescimento de 4% em termos homólogos.

Em termos de passageiros, “apesar da paralisação dos comboios” devido aos mesmos fatores, nomeadamente as manifestações que se fizeram sentir em todo o país, de contestação ao processo em torno das eleições gerais de 09 de outubro, no corredor sul e centro foram transportados 6.815.251 passageiros, acima dos 6.490.527 do plano inicial, um crescimento de 3% face a 2023.

Na área portuária, a atividade envolvendo o CFM cresceu 5%, apesar de ter ficado abaixo da meta definida para 2024, manuseando 66,51 milhões de toneladas métricas, contra a previsão inicial de 70,17 milhões de toneladas métricas.

Nos terminais portuários sob gestão do CFM foram manuseadas em todo o ano de 2024 cerca de 13,22 milhões de toneladas métricas, mais 8% face a 2023.

No documento refere-se igualmente que a empresa investiu em 2024 mais de 7.612 milhões de meticais (104 milhões de euros) na melhoria dos equipamentos ferroportuários.

O CFM explora atualmente as linhas férreas de Ressano Garcia, do Limpopo e de Goba, o Sistema Ferroviário da Beira, que inclui a linha de Sena, Machipanda e o ramal de Marromeu, a secção comum às três linhas da rede sul e zona de manobras de Maputo, as oficinas gerais do sul e do centro e o Terminal de Alumínio da Matola.

Opera igualmente os terminais de combustíveis em todos os portos nacionais, terminais de cereais e de carvão no porto de Maputo, e os portos de Quelimane, de Nacala e de Pemba.

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