A Ibersol apresentou as contas do terceiro trimestre e reportou um resultado líquido das operações continuadas de 9,5 milhões euros, o que traduz uma subida de 2,2 milhões de euros face ao período homólogo de 2022. Isto é, os lucros recorrentes subiram 29,6%.
Na sequência da venda da operação da Burger King em Portugal e Espanha no final do mês de Novembro de 2022, a atividade da totalidade dos restaurantes Burger King em 2022 e dos restaurantes ainda não alienados em 2023 são reportados como “Operação Descontinuada” em termos de reporte de informação financeira.
O EBITDA consolidado das operações continuadas soma 55,7 milhões de euros, o que significa que o crescimento de 37,9% face ao período homólogo de 2022.
No que se refere às vendas, a Ibersol diz que “no terceiro trimestre de 2023 e apesar do exigente contexto económico, nomeadamente a pressão no poder de compra decorrente dos elevados níveis de inflação em paralelo com o agravamento nas taxas de juro dos mercados em que operamos, o grupo registou um crescimento de 11% face ao período homólogo”.
O grupo de restauração detalha que “a evolução mensal do desempenho nas distintas geografias, evidencia a comparabilidade desde abril com períodos mais exigentes e sem restrições em 2022 e o impacto da expansão, com a abertura de novos restaurantes em Portugal e Espanha, registando um abrandamento gradual do ritmo dos crescimentos, com maior incidência nos meses de verão tradicionalmente com maiores acréscimos de vendas”.
“Apesar do abrandamento do ritmo de crescimento do mercado de restauração nas geografias em que operamos, o grupo registou incrementos nos três segmentos de negócio, com destaque para os Balcões e Concessões e Catering com desempenhos relativos superiores a 25% e 28%, respetivamente face ao período homólogo”, revela a Ibersol.
Em Angola, e apesar do bom desempenho em moeda local, a atividade fica marcada pela acentuada desvalorização cambial(superior a 50%do kwanza face ao euro),com impacto desde o mês de junho, provocando uma redução da atividade em euros, acrescenta.
O grupo de restauração diz ainda que a evolução da procura “obrigou a um esforço de absorção dos impactos ao nível das margens, no sentido de manter os volumes com aumentos de preços pontuais”.
O Volume de Negócios consolidado das operações continuadas fixou-se em 310,1 milhões de euros. O que traduz o crescimento de 21,9% face ao mesmo período de 2022.
“Os investimentos na abertura de novos restaurantes, contribuíram também para assegurar um crescimento das Operações Continuadas de cerca de 22% nos primeiros nove meses do ano, registando-se um volume de negócios total até setembro de 2023 de 310,1 milhões de euros que compara com254,4milhões de euros no período homólogo”, revela.
O grupo que tem restaurantes das marcas Pans, Pizza Hut e KFC, entre outros, reportou que a dívida líquida aumentou num ano 119 milhões de euros para 39,8 milhões de euros.
“No final do terceiro trimestre, a dívida líquida (incluindo as responsabilidades com locação) totalizava 39,8 milhões, o que representa um aumento de 119,1 milhões de euros face ao valor negativo em dívida no final de 2022 (-79 milhões de euros), dos quais 101,5 milhões correspondem às responsabilidades com locação dos novos contratos nos aeroportos.
Consequentemente regista-se um Gearing de 10% (-26% em 2022)”, lê-se no comunicado.
De acordo com a Ibersol, “o aumento dos custos salariais e o início da operação das novas concessões com produtividades inferiores por efeito de operarem em formatos provisórios, conduziu a um aumento de 23,5% nos custos com pessoal, tendo o peso desta rubrica passado a representar 30,2% do volume de negócios”.
Já os custos com fornecimentos e serviços externos aumentaram 10,8% neste período, “passando a representar 29,3% do volume de negócios, o que traduz uma redução do peso desta rubrica em 2,9 p.p. [pontos percentuais] face ao período homólogo de 2022”.
A empresa destacou que o investimento total realizado ascendeu a 14,3 milhões de euros, sendo que cerca de 11 milhões de euros correspondem “ao investimento incorrido na concretização do plano de expansão e o restante na remodelação e modernização de um conjunto de restaurantes”.
Nas suas perspetivas para o futuro, a empresa afirmou que, “como era expectável, verificou-se um abrandamento nos crescimentos provocado pelos efeitos da inflação e do aumento das taxas de juros decorridos no último ano para travar a escalada inflacionista”.
“Num contexto de fragilidade do rendimento disponível das famílias, em paralelo com a escalada da tensão no Médio Oriente e a manutenção do conflito na Ucrânia, perspetiva-se uma redução no nível da confiança dos consumidores e consequente impacto no consumo privado”, indicou.
Este contexto “coloca uma exigência acrescida para as nossas equipas e portfólio de marcas, no sentido de garantir a manutenção de volumes e quotas de mercado”, destacou, “bem como nos esforços para minimizar o impacto provocado pelo início da conversão dos novos restaurantes concessionados nos aeroportos de Lanzarote, Madrid e Tenerife”.
Esta operação “representará uma pressão acrescida na rentabilidade, até que se conclua a conversão da totalidade dos restaurantes nos formatos e conceitos definitivos”, disse a Ibersol.
Por outro lado, o grupo pretende dar “continuidade aos planos de expansão das marcas Pizza Hut, KFC e Taco Bell, com a abertura de mais de uma dezena de novos restaurantes até final do ano, bem como ao início da operação da Pret A Manger em três aeroportos em Espanha”.
As ações da Ibersol subiram hoje na Bolsa 0,90% para 6,70 euros.
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