O Grupo Mota-Engil registou um lucro de 49 milhões de euros no primeiro semestre, o que representou um aumento de 65%, quando comparado com o período homólogo do ano anterior, informou a construtora liderada por Carlos Mota Santos em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta quarta-feira.
A contribuir para este resultado estão as subidas do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que no semestre atingiu um valor de 396 milhões de euros (+12% face ao primeiro semestre de 2023), melhorando a margem para 15%, e do volume de negócios em 7% para 2.732 milhões de euros.
Em termos comerciais destaque também para o crescimento na carteira de encomendas de 13,7 mil milhões de euros (+6% face a dezembro de 2023), justificados pela construtora com os contratos de dimensão média superior, de longo prazo e maioritariamente localizados nos mercados core da Mota-Engil que representaram, a junho, 79% da carteira de engenharia e construção, com um peso de 25%, 19% e 17% em Angola, México e Nigéria, respetivamente.
No que diz respeito a esta carteira no que ao segmento de investimento diz respeito, a construtora registou um total de 13,3 mil milhões de euros, distribuídos por construção civil (6%), engenharia industrial (15%), ferrovia (37%), estradas e outros (42%).
O volume de negócios na área de engenharia e construção subiu 7% para 2.439 milhões de euros ” com uma forte contribuição da América Latina na sequência da execução, em velocidade cruzeiro, de grandes projetos ferroviários no México, enquanto em África se deu início a projetos relevantes que foram adjudicados no final de 2023″, indica a empresa no comunicado.
Já o EBITDA observou um aumento de 13%, para 335 milhões de euros, com uma margem de 14%, enquanto na área do ambiente se verificou uma subida no volume de negócios de 4%, para 264 milhões de euros, tendo o EBITDA atingido os 54 milhões, mas com uma margem de 21%.
Além disso, a Mota-Engil realça que existem grandes projetos não incluídos na carteira de encomendas num valor próximo dos 1,3 mil milhões de euros (assinados depois de junho), como a construção de uma fábrica de fertilizantes no México no montante de mil milhões de euros assinado com a Pemex e a extensão do contrato na Guiné, de serviços de engenharia industrial (contrato de mineração) assinado com o Grupo Managem, no valor de 260 milhões de euros.
Por sua vez, a dívida líquida atingiu os 1.268 milhões de euros, numa quebra anual de 91 milhões de euros, com um rácio de dívida líquida/EBITDA de 1,44x.
Para este ano a construtora perspetiva tem entre outros objetivos focar-se nas operações dos mercados principais com melhoria geral da rendibilidade e implementação de uma estratégia de saída de mercados com menor performance, como por exemplo, a Polónia, e considera que “a estratégia de rotação de ativos continua a ser um vetor fundamental para a criação de valor, tal como evidenciado nas transações a serem concluídas que envolvem as concessões mexicanas”.
Contudo, os objetivos vão já para lá de 2026 destacando-se em Portugal a aposta na Alta velocidade, o crescimento em África, nomeadamente em Angola e Nigéria, bem como no segmento de engenharia industrial, o qual após junho registou um aumento na sua carteira 1,7 mil milhões de euros, e na América Latina, com especial atenção para as oportunidades no México.
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