Lucros da papeleira Fedrigoni caem 10% para 971 milhões no primeiro semestre

O grupo Fedrigoni, um dos maiores do sector do papel na Europa, viu os lucros do primeiro semestre deste ano caírem 9,9% para 971 milhões de euros, em comparação com os primeiros seis meses de 2022.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também caiu, na ordem dos 9% para 150,9 milhões de euros, mas a margem (15,5%) manteve-se em linha com o ano anterior.

“A situação de volatilidade do mercado mantém-se, com sinais de recuperação mais lentos em relação às previsões, combinada com um fenómeno de redução de stock por parte dos nossos clientes, tipógrafos e conversores, o qual acreditamos irá acabar nos próximos meses do ano”, começa por explicar o diretor executivo da Fedrigoni, no relatório financeiro divulgado esta segunda-feira.

Para Marco Nespolo, apesar do contexto “difícil” do mercado, a multinacional conseguiu “defender” as margens através de uma estratégia sólida que, nos último quatro anos, envolveu “uma oferta com uma qualidade cada vez maior, uma grande agilidade na adaptação da produção à procura e em uma extrema atenção à gestão dos custos e aprovisionamentos de matérias-primas, salvaguardando os níveis ocupacionais”.

O diretor executivo da Fedrigoni destaca ainda que houve uma queda bem inferior à média do sector, referindo-se a uma diminuição de 15%-20% das vendas. Nos doze meses compreendidos entre junho de 2022 a junho de 2023, verificou-se a mesma tendência: “os lucros proforma de 2,1 mil milhões de euros diminuíram 4,2% desde 2022 (2,2 mil milhões nos 12 meses de 2022) e cresceram 31,1% desde 2021 (1,6 mil milhões de euros nos 12 meses de 2021)”, lê-se no documento das contas.

A Fedrigoni, com sede em Verona, produz rótulos e materiais autoadesivos, bem como papéis especiais para embalagens de luxo e outras soluções criativas. O grupo tem aproximadamente cinco mil trabalhadores em 28 países, 68 estabelecimentos entre produção e centros de corte e distribuição e 25 mil produtos distribuídos em 132 países.