Os lucros da moçambicana Petromoc recuaram 90% em 2024, para 127 milhões de meticais (1,7 milhões de euros), com a distribuidora petrolífera estatal a manter a sua continuidade ameaçada, segundo demonstrações financeiras da empresa.
Este desempenho contrasta com o aumento de 528% nos lucros de 2023, face ao ano anterior, atingindo então quase 1.226 milhões de meticais (16,3 milhões de euros), contra 198,1 milhões de meticais (2,6 milhões de euros) em 2022.
Nas contas de 2024 da Petromoc, a administração volta referir que, com registo deste resultado positivo, o capital próprio subiu para 872.291.566 meticais (11,6 milhões de euros), mas “representando menos de metade do capital social, o que coloca a empresa na situação descrita no artigo 98º do código comercial”, obrigando-a, tal como nos anos anteriores, a adotar “medidas de mitigação do risco de não se manter em continuidade”.
Entre as medidas mantém-se a implementação de planos operacionais e planos de negócio “de longo prazo, que espelham a possibilidade de melhoria dos indicadores económicos” e, nomeadamente, a garantia disponibilizada pelo acionista Estado, no valor de 3.600 milhões de meticais (48 milhões de euros), para “permitir a continuidade na importação de combustível, atividade ‘core’, da Petromoc”.
A empresa manifesta-se ainda empenhada na “redução dos custos operacionais, alinhando-os com a capacidade de geração”, bem como no investimento “na infraestrutura de armazenamento e distribuição e na rede de retalho, expandindo e modernizando-a para maior eficácia, eficiência e atratividade”.
A petrolífera estatal defende uma aproximação ao regulador do setor dos combustíveis, para que “este garanta a implementação rigorosa da legislação que regula a atividade, de modo a eliminar focos de concorrência desleal, principalmente na gestão da rede de retalho, e práticas comerciais agressivas”.
“Com base em toda a informação disponível à data, incluindo no que respeita a situação de liquidez e de capital, bem como quanto ao valor dos ativos, a entidade considera que se mantém aplicável o princípio de continuidade das operações que esteve subjacente à elaboração das demonstrações”, lê-se no relatório.
O Estado moçambicano tem uma participação direta de 60% no capital social da Petromoc, que ascende globalmente a 8.300 milhões de meticais (110,6 milhões de euros), e conta com uma rede de retalho de cerca de 120 postos de abastecimento e uma quota de mercado superior a 20%.
A Petromoc, com mais de 400 trabalhadores, refere que opera com cinco terminais oceânicos, sete instalações aéreas e 11 depósitos intermédios, numa capacidade de armazenamento de combustíveis em todo o país de quase 445 mil metros cúbicos.
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