Os lucros líquidos da Ryanair derraparam 18% entre abril e setembro, para 1.790 milhões de euros, quando, no período homólogo do ano passado, tinham atingido os108 milhões. Em comunicado, a empresa atribuiu a queda dos lucros, entre outros fatores, à diminuição do preço médio das suas tarifas aéreas, que caíram 15% e 7% no primeiro e segundo trimestres fiscais, respetivamente, situando-se nos 52 euros no final do semestre, menos 10% do que no exercício anterior. É a resposta à concorrência, que, no caso da Europa, tem crescido de forma sustentada ao longo dos exercícios mais recentes.
A contrapartida para a diminuição do preço médio das viagens é o aumento do número de passageiros: a Ryanair transportou cerca de 115,3 milhões de passageiros entre abril e setembro, uma subida homóloga de 9%, e a aumentar a faturação em 1%, para 8.690 milhões de euros. As receitas acessórias – que incluem, entre outras, o embarque prioritário ou o consumo a bordo – cresceram 9% para 2.740 milhões de euros.
Citado no comunicado, o presidente executivo da companhia, Michael O’Leary, recordou que este ano a Páscoa se celebrou no último trimestre do exercício fiscal passado, coincidindo com um período de “pressão sobre as despesas de consumo”, impulsionado por “taxas de juro mais elevadas e medidas de redução da inflação”. O’Leary referiu-se também à queda das reservas de verão através das plataformas de viagens ‘online’, o que obrigou a companhia aérea a estimular a sua oferta reduzindo as tarifas.
Para o CEO da companhia irlandesa, a Ryanair alcançou “quotas de mercado recorde na maioria” dos seus mercados, embora tenha registado uma ligeira queda em Espanha, o seu segundo maior mercado depois de Itália, onde faturou 1.546 milhões de euros no primeiro semestre, menos 0,3% do que em 2023.
“Os custos operacionais também tiveram um bom desempenho, aumentando 8% (abaixo do crescimento do tráfego de 9%) para 6.680 milhões de euros, enquanto as poupanças resultantes da cobertura do combustível [através de contratos de compra a um preço fixo] compensaram o aumento dos custos com pessoal e outros custos causados em parte pelos atrasos da Boeing”, afirmou O’Leary.
No exercício fiscal em curso, que termina em 31 de março, a Ryanair espera transportar entre 198 e 200 milhões de passageiros, desde que o calendário de entregas do construtor norte-americano “não se agrave”.
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