A fabricante elétrica Tesla apresentou lucro pelo quinto trimestre consecutivo, assumindo uma receita total de 8,8 mil milhões de dólares (7,4 mil milhões de euros), impulsionada pelas entregas de veículos e vendas de créditos regulatórios a outras fabricantes, revela a “Reuters” após a empresa de Elon Musk ter entregue o relatório trimestral aos acionistas.
No encerramento da sessão da bolsa de Nova Iorque, as ações da Tesla fecharam no ‘verde’, numa subida de 0,17% para 422,64 dólares (356,69 euros), mas no pré-mercado bolsista já se encontra a valorizar 5,23% para 444,75 dólares (375,6 euros), reagindo aos resultados satisfatórios da empresa.
O lucro da Tesla subiu 218%, de acordo com o relatório trimestral apresentado pela fabricante, perante o período homólogo de 2019, para 331 milhões de dólares (279,5 milhões de euros). Este resultado eleva os lucros acumulados da Tesla para 435 milhões de dólares (367,3 milhões de euros).
Até à data, as receitas das vendas de créditos regulatórios totalizaram 397 milhões de dólares (335,2 milhões de euros), sendo que, sem esta receita, a fabricante do multimilionário Musk, não teria alcançado um terceiro trimestre lucrativo. Só este ano, os créditos representam 1,18 mil milhões de dólares (996 milhões de euros), o mesmo que 7% do total da receita automóvel.
As receitas unicamente provenientes do setor automóvel fixaram-se em 7,6 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) no trimestre em análise, mais 47% do que no mesmo período do ano passado. Com o negócio das baterias incluído nas receitas totais, estas ascenderam então para os 8,8 mil milhões de dólares, representando um crescimento homólogo de 45%.
Apesar de apresentar receitas elevadas, a fabricante de veículos elétricos deve ficar aquém de entregar 500 mil veículos até ao fim do ano, um objetivo que estava definido desde o início do ano. Para entregar esta quantidade de veículos, a Tesla tem de aumentar significativamente a produção e vendas de veículos no quarto trimestre. “Alcançar esta meta depende principalmente de aumentos trimestrais na produção do Model Y e da fábrica de Shangai”, apontou a empresa à publicação.
Ao apresentar receitas superiores a oito mil milhões de dólares no terceiro trimestre, a Tesla desafiou a indústria automóvel num ano particularmente difícil para o setor devido à pandemia de Covid-19 e à turbulência económica que dela derivou.
As vendas e os lucros da empresa fizeram que as ações valorizassem mais de 400% só em 2020, tornando-a na fabricante automóvel mais valiosa do mundo. Atualmente a empresa conta com uma capitalização de mercado na ordem dos 394,5 mil milhões de euros (333,07 mil milhões de euros), apesar de se encontrar atrás dos rivais em termos de vendas, receitas e lucros.
O analista Craig Irwin, da Roth Capital Partners, aconselhou a Tesla a não fazer muitos gastos, uma vez que os seus concorrentes pretendem ultrapassá-la de forma rápida nos modelos elétricos. “A empresa é avaliada de forma incrivelmente rica, como se estivesse a operar no vácuo. Mas os concorrentes estão a trabalhar intensamente para alcançá-la”, sendo que, até 2025, está previsto o lançamento de 400 modelos elétricos para o mercado.
No terceiro trimestre, a Tesla vendeu 34.100 automóveis Model 3 produzidos na fábrica de Shangai, ainda que as vendas se tenham mantido consideravelmente estáveis entre julho e setembro. Atualmente, a fábrica na China tem a capacidade para produzir 250 mil veículos por ano. Por sua vez, a fábrica em Fremont, nos Estados Unidos, que esteve encerrada a maior parte do ano, tem uma capacidade de produção de 590 veículos.
O investimento em Berlim, no que será a fábrica baseada na Alemanha, deverá começar a dar lucros no início do próximo ano, quando começa a produção de veículos elétricos e de baterias. A fábrica em Austin, no Texas, também deverá começar a trabalhar brevemente, uma vez que estas duas fábricas têm como objetivo aumentar a produção dos novos modelos, como o Cybertruck e o Semi-truck.
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