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Lucros do grupo Sonae disparam mais de 77% no trimestre

Grupo alcança vendas recorde num 1º trimestre ao crescer 23% para 2,6 mil milhões de euros, com ganhos de quota em todos os negócios. O EBITDA cresceu 39%, para 250 milhões, “com destaque para a contribuição robusta da MC e das recentes aquisições”.
CEO da Sonae
21 Maio 2025, 17h49

Um resultado líquido atribuível aos acionistas de 43 milhões de euros, um aumento de 77% face ao primeiro trimestre de 2024 (24 milhões), “refletindo melhorias na rentabilidade e valorização do portefólio” e um volume de negócios consolidado de 2,6 mil milhões de euros, um crescimento de 23%, “impulsionado pela expansão orgânica, aumentos de quota de mercado e integração de novas empresas no portefólio”, marcaram o primeiro trimestre do grupo Sonae.

Paralelamente, o EBITDA cresceu 39%, para 250 milhões, “com destaque para a contribuição robusta da MC e das recentes aquisições”. O investimento consolidado totalizou 947 milhões nos últimos 12 meses, “reforçando o compromisso com a inovação, o crescimento sustentável e a diversificação estratégica”, refere ainda o grupo em comunicado enviado à CMVM.

No primeiro trimestre de 2025, a Sonae prosseguiu com a sua estratégia de gestão de portefólio, tendo investido no desenvolvimento dos seus negócios em Portugal e procedido à integração das aquisições estratégicas realizadas nos últimos 12 meses, com destaque para a espanhola Druni e a francesa BCF Life Science, já depois da integração da finlandesa Musti e da sua nova participada nos países bálticos, Pet City.

O volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 23% em termos homólogos para 2,6 mil milhões de euros no 1T25, impulsionado por um forte crescimento orgânico nos principais negócios e pela integração de empresas recentemente adquiridas, incluindo a Musti e a Druni. O crescimento orgânico foi sobretudo impulsionado pela MC, que registou uma evolução de volumes robusta e reforçou a sua liderança de mercado, e pela Worten, que beneficiou de um desempenho online resiliente. Excluindo o impacto das aquisições, o volume de negócios consolidado registou um sólido crescimento homólogo de 6%.

O EBITDA subjacente aumentou 38% em termos homólogos para 218 milhões, com o contributo positivo das empresas recentemente adquiridas, juntamente com uma melhoria sólida da rentabilidade operacional da MC. O desempenho positivo dos negócios integralmente consolidados, juntamente com 34 milhões em resultados pelo método de equivalência patrimonial, levaram a um crescimento do EBITDA de 39% em termos homólogos para 250 milhões. Este resultado traduziu-se numa margem de 9,8%, um crescimento de 1,2pp em termos homólogos.

O resultado líquido (atribuível a acionistas) foi de 43 milhões, uma subida de 77% em termos homólogos, refletindo melhorias na rentabilidade operacional dos negócios e revalorizações dos ativos do Grupo. A melhoria do desempenho operacional compensou o impacto do aumento das amortizações e dos custos financeiros associados à expansão do portefólio.

O investimento consolidado da Sonae atingiu 947 milhões nos últimos 12 meses, com destaque para a expansão orgânica dos negócios de retalho, com uma forte aposta no mercado português, bem como para as aquisições e desenvolvimento do portefólio internacional do Grupo.

A Sonae prosseguiu com a sua política de responsabilidade social corporativa no 1T25, com o valor do apoio à comunidade a superar 8 milhões. O grupo tem dado uma especial atenção ao apoio às famílias, nomeadamente através de doações de alimentos a instituições de todo o país. A Sonae mantém-se também comprometida em contribuir ativamente para a educação e requalificação ao longo da vida, tendo investido no programa de qualificação profissional PRO_MOV e na plataforma NCN. Já em maio, o Grupo lançou também a terceira edição do Prémio Sonae Educação, que vai distribuir 150 mil euros por projetos inovadores.

No retalho alimentar, saúde, beleza e bem-estar, o volume de negócios da MC cresceu 22,5% em termos homólogos, para 2 mil milhões de euros no 1T25, ou 8% considerando a contribuição proforma da Druni, que passou a ser consolidada a partir do 3T24.  O segmento de retalho alimentar da MC registou um desempenho sólido, levando a ganhos de quota de mercado e a um reforço da sua posição de liderança. As vendas LfL registaram um crescimento robusto de 5%, apesar dos efeitos negativos de calendário relacionados com o ano bissexto em 2024 e com a data da Páscoa já em abril. Este crescimento foi impulsionado pelo aumento de volumes em todos os formatos, demonstrando a proposta de valor distintiva da MC, num contexto de inflação normalizada e forte concorrência no mercado. Durante o trimestre, a MC inaugurou 2 novas lojas de proximidade Continente Bom Dia e continuou a avançar com a sua ambiciosa estratégia de remodelações, com cerca de 20 projetos em curso. No segmento de saúde, beleza e bem-estar, tanto o grupo Druni (que inclui as insígnias Druni e Arenal) como a Wells apresentaram um desempenho muito positivo em termos de vendas, com crescimentos de dois dígitos, apesar do ambiente altamente competitivo, e com o canal online a ter um contributo particularmente relevante. Em Portugal, a Wells registou uma melhoria consistente do seu LfL, enquanto em Espanha, o grupo Druni apresentou um aumento sólido das vendas suportado por um crescimento LfL resiliente e pela contínua expansão da rede de lojas nos últimos meses, levando a um aumento da sua quota de mercado.

No retalho de eletrónica, a Worten registou uma evolução sólida do volume de negócios no 1T25, superando o desempenho do mercado de eletrónica em Portugal e ganhando quota de mercado tanto no canal físico como no online. Apesar de um ambiente desafiante, marcado por uma intensificação da atividade promocional e por um efeito de calendário desfavorável, o volume de negócios aumentou 4% para 323 milhões, suportado por um crescimento robusto das vendas LfL de 4%, destacando a proposta diferenciadora do modelo omnicanal da Worten. A Worten apresentou um desempenho sustentado do volume de negócios em todos os segmentos: (i) as principais categorias (eletrónica e eletrodomésticos) registaram aumentos resilientes de volumes, (ii) as novas categorias de produtos cresceram a dois dígitos e (iii) os serviços — uma das principais avenidas de crescimento da Worten — continuaram a beneficiar da dinâmica positiva da iServices. O canal online registou um crescimento significativo no trimestre (+19% em termos homólogos), alavancado pelo marketplace da Worten, representando já 19% do volume de negócios total no 1T25. No que diz respeito à expansão do parque de lojas, destaque para a iServices, que continuou a expandir com sucesso tanto em Portugal como internacionalmente. No 1T25, a Worten abriu 10 novas lojas iServices, maioritariamente no estrangeiro, terminando o trimestre com 64 lojas em Portugal, 21 na Bélgica, 11 em França e 7 nas Ilhas Canárias.

No retalho de produtos e cuidados para animais de estimação, a Musti demonstrou resiliência e uma dinâmica positiva num ambiente de consumo desafiante. A empresa reforçou a sua posição como líder omnicanal nos mercados nórdicos e registou crescimento tanto na sua base de clientes como no gasto médio por cliente. A Musti alcançou vendas de 120 milhões no 1T25, representando um aumento de 12%, impulsionado pela consolidação da Pet City, adquirida em novembro e que está presente nos Bálticos, e pelo desempenho positivo das suas operações nos países nórdicos. Em termos orgânicos, excluindo o impacto da Pet City, as vendas teriam crescido 4% em termos homólogos. O canal online da Musti continuou a ganhar tração, com um aumento das vendas de 7% em termos homólogos, representando 24% do total de vendas e demonstrando o investimento contínuo na digitalização e na integração omnicanal.

No setor imobiliário, a Sierra teve um começo de ano positivo com resultados robustos, impulsionados pelo desempenho operacional positivo tanto na carteira de centros comerciais como nos serviços e nos projetos de promoção imobiliária. No 1T25, alcançou um resultado líquido de 29 milhões (+15 milhões face ao 1T24). Durante o trimestre, o portefólio de centros comerciais na Europa manteve um forte dinamismo, evidenciando uma vez mais a sua resiliência e qualidade, com as vendas dos lojistas a continuarem a trajetória de crescimento e a ocupação elevada de 98%. No segmento de serviços, a Sierra prosseguiu a implementação da sua estratégia de diversificação e registou um crescimento assinalável. A atividade de promoção imobiliária manteve-se robusta, com progressos constantes nos cinco projetos em construção e uma execução bem-sucedida das respetivas estratégias de comercialização, incluindo a venda total das unidades residenciais do projeto República 5. A Sierra está ainda a avançar com três projetos adicionais em fase de licenciamento, incluindo os primeiros projetos Build-to-Sell em Espanha e o Build-to-Rent em Portugal, continuando assim a expandir a sua presença no setor residencial.

Nas telecomunicações, a NOS apresentou resultados marcados por um forte desempenho do seu negócio core de Telecomunicações e pela conclusão da aquisição da Claranet Portugal, um marco relevante no reforço da sua proposta de valor no segmento B2B. As vendas consolidadas cresceram 4,5% para 421 milhões no 1T25, impulsionadas pela robustez das operações de Telecomunicações e pelo desempenho positivo do segmento de Audiovisuais e Exibição Cinematográfica. Nas contas consolidadas da Sonae, o contributo da NOS pelo método de equivalência patrimonial foi de 20 milhões no 1T25.

Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, disse, citada pelo comunicado, que “é com grande satisfação que destaco o sólido desempenho do grupo no início de 2025. Todos os nossos negócios cresceram e reforçaram as suas quotas de mercado, em setores muito competitivos e num contexto marcado por elevada volatilidade. Estes resultados são o reflexo da robustez e das posições de liderança das empresas do nosso portefólio”.

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