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Lucros dos 3 grandes atingem máximo histórico

As 3 SAD evidenciam dificuldades de liquidez, com fundos de maneio negativos, condicionando a gestão de tesouraria.
22 Novembro 2025, 09h00

Os lucros dos 3 grandes do futebol português atingiram um máximo histórico na época 2024/25: 94 milhões de euros juntando as SAD de Benfica, Sporting e Porto.

Para o resultado foi crucial as receitas obtidas com a venda de jogadores: 291 milhões, pesando 35% dos rendimentos destas SAD.

Seguem-se as receitas com provas da UEFA: 139 milhões, pensando 17% nos rendimentos totais, segundo a análise feita pela Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas.

No global, os rendimentos atingira, 820 milhões de euros, um novo máximo anual também: Benfica com 39% do total, Sporting com 30% e Porto com 30%.

Em termos de custos operacionais, estes atingiram 657 milhões, com Benfica a representar 41%, seguido do Sporting com 31% e do Porto com 28%.

“A Benfica SAD e a Sporting SAD encontram-se numa trajetória crescente de custos operacionais” com a Porto SAD a inverter nas “últimas 2 épocas a tendência de crescimento dos custos, passando de 2º lugar para a 3ª posição neste ranking”, segundo a Maxyield.

Na época passada, o Sporting ultrapassou o Benfica em termos de valores de aquisição de jogadores. “O peso do plantel de atletas no ativo total é mais baixo na Benfica SAD e na Porto SAD, encontrando-se próximo de 25% e apresenta uma tendência ligeiramente decrescente”, com o Sporting a registar um peso de mais de 30%.

Em termos de encargos financeiros (juros), a Porto SAD registava o valor mais elevado (30 milhões), seguida do Sporting (25 milhões) e do Benfica (13 milhões).

Na época passada, tanto o Benfica como o Porto inverteram a trajetória crescente dos seus passivos nas épocas desportivas anterior, com o Sporting a manter a trajetória crescente do passivo.

No Sporting, o passivo está em cima do ativo, que se traduz numa “fraca autonomia financeira”. Já o Porto apresenta um passivo superior ao seu ativo, “com impacto relevante na sua degradada autonomia financeira (capitais próprios/ativo)”. O Benfica vive mais folgado, com uma autonomia financeira de 20%.

“Todas as SAD evidenciam dificuldades de liquidez, com fundos de maneio negativos. Esta situação condiciona a gestão de tesouraria, mas é bastante diferenciada quer em montantes, quer em termos evolutivos”, conclui a Maxyield.

O Benfica conta com um ativo de 121 milhões, face a um passivo de 249 milhões, com um fundo de maneio de -128 milhões. O Porto conta com um ativo de 153 milhões, um passivo de 184 milhões e um fundo de maneio de -31 milhões. O Sporting conta com um ativo de 93 milhões, um passivo de 176 milhões e um fundo de maneio de -83 milhões.

“Destaca-se negativamente a evolução da Benfica SAD, devido ao agravamento a nível de liquidez. A Porto SAD inverteu a trajetória negativa na sequência da consolidação de passivos correntes e aumento dos capitais permanentes. A Sporting SAD apresenta uma evolução descendente”, acrescenta.

O Clube dos Pequenos Acionistas destaca que as SAD dos 3 grandes “utilizam o mercado de capitais apenas para captar empréstimos obrigacionistas, tirando partido das condições mais favoráveis aplicadas às sociedades cotadas em mercados regulamentados. Os empréstimos obrigacionistas têm sido orientados para a amortização de emissões anteriores e reforço da tesouraria”

“Apesar da reduzida exposição do sistema bancário à industria do futebol, estas SAD apresentam forte inibição na utilização do mercado de capitais para reforçar os seus capitais próprios e ganhar autonomia financeira”, conclui.

 


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