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Lucros dos CTT caem 21,9% penalizados pela menor colocação de certificados de aforro

Mudança das regras no início de outubro relançou um negócio e a empresa espera “um forte quarto trimestre” para os Serviços Financeiros, mas também para o negócio do correio expresso e das encomendas, que cresceu 44% nos nove primeiros meses do ano.
Presidente executivo dos CTT – Correios de Portugal, João Bento
29 Outubro 2024, 19h27

Os resultados líquidos dos CTT caíram 21,9% nos primeiros nove meses deste ano, face a igual período de 2023, para 27,8 milhões de euros, penalizados pelo menor volume de colocações de dívida pública, informou a empresa esta terça-feira, 29 de outubro.

Em comunicado divulgado através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa aponta que os rendimentos dos títulos de dívida pública (certificados de aforro e certificados do tesouro poupança crescimento) caíram 82,4%, para 7,2 milhões no período em análise.

Esta evolução impactou nos resultados operacionais dos Serviços Financeiros dos CTT, que perderam 68,2%, para 17,4 milhões de euros.

As subscrições de Certificados de Aforro através dos CTT atingiram máximos históricos no primeiro semestre do ano passado, mas as novas regras impostas pelo Governo, em junho de 2023, com a redução das taxas de remuneração, a imposição de limites à subscrição e a abertura deste mercado à banca impactaram a procura na rede da empresa liderada por João Bento.

“É de referir que o desempenho [dos nove primeiros meses de 2024] se manteve fortemente prejudicado pelas limitações na comercialização introduzidas em junho de 2023”, assinalam os CTT.

No entanto, no início de outubro de 2024, houve uma alteração nas condições de comercialização dos Certificados de Aforro anunciadas pelo Governo, tendo o limite máximo de aplicação por subscritor duplicado para 100 mil euros na série F e aumentado de 250 mil para 350 mil euros no acumulado da série E e F, provocando um “aumento significativo de subscrições no mês de outubro”.

Com a entrada em vigor das novas regras, no início do mês, o valor médio diário de subscrição dos Certificados de Aforro aumentou 150%, para 15 milhões de euros, fazendo com que os CTT antecipem “um forte quarto trimestre para os Serviços Financeiros”.

Fim do ano em alta

Um forte quarto trimestre é o que a empresa liderada por João Bento espera, também, para o negócio de expresso e encomendas, que cresceu 44% nos primeiros nove meses do ano, face ao período homólogo, registando receitas operacionais de 330,5 milhões de euros.

O crescimento foi impulsionado pelo crescimento de 45,9% do tráfego, com mais de 98 milhões de objetos manuseados no período em análise, dos quais 35 milhões no terceiro trimestre do ano, o que superou a peak season, o período com mais movimento da empresa, o quarto trimestre, neste caso de 2023, que inclui a época de Natal.

“O terceiro trimestre de 2024 foi um trimestre recorde a nível de volumes, receita e margem, antecipando-se assim um forte desempenho na peak season”, no quarto trimestre, sublinha a empresa.

Nos primeiros nove meses de 2024, os resultados operacionais dos CTT subiram 10,7%, para 792,3 milhões de euros, beneficiando, exatamente, do “desempenho recorde de expresso e encomendas” e do “crescimento sustentado no Banco CTT”, aponta a sociedade.

As receitas na área de Logística, onde se inclui o expresso e encomendas, cresceram 19,7%, para 678,6 milhões de euros, tendo representado 86% dos rendimentos totais dos CTT.

No Banco e Serviços Financeiros, os rendimentos caíram 23,5%, para 113,6 milhões de euros, por causa da colocação de dívida, mas a empresa regista que os resultados financeiros (EBIT) do Banco CTT atingiram 18,5 milhões de euros, crescendo 25,9%, “fruto do crescimento da atividade e de recursos”.

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