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Lucros históricos na banca coincidem com “dificuldades” das famílias em pagar a casa, lembra CGTP

Os “lucros colossais” divulgados pelos cinco maiores bancos beneficiaram da subida dos juros na habitação e poderiam permitir aumentar os salários dos trabalhadores, de forma a que estes tivessem maior facilidade em pagar a casa, aponta o mesmo organismo.
7 Março 2025, 13h40

Os lucros históricos dos bancos portugueses em 2024 coincidem com “crescentes dificuldades dos trabalhadores e das suas famílias acederem ou cobrirem os encargos com a habitação”, escreve a CGTP.

“Em 2024, os cinco maiores bancos a operar em Portugal aumentaram os seus lucros em 12,2% face a 2023, quase os duplicando se a comparação for feita com 2022 e tiveram um aumento de 248% se a base de comparação for 2021”, revela a CGTP.

Num comunicado enviado às redações, aquela intersindical faz contas aos lucros líquidos dos cinco maiores bancos a operar em Portugal e sublinha que em causa está uma subida homóloga de 12,2%. O valor total ascende aos 13,89 mil milhões de euros por dia e permitiria fazer subir as remunerações dos trabalhadores, apontam.

“Por dia, em termos líquidos, ou seja, limpos de impostos, estas cinco instituições acumularam 13,9 milhões de euros, um aumento diário de 9,9 milhões de euros comparado com o ano de 2021”, acrescentam.

“Na base destes resultados estão, entre outros fatores, a política de fixação de juros do BCE e as comissões cobradas por estes bancos”, aponta-se no mesmo documento. Neste contexto, ao mesmo tempo que são conhecidas as “crescentes dificuldades dos trabalhadores e das suas famílias acederem ou cobrirem os encargos com a habitação, os bancos e os seus acionistas, acumulam mais e mais milhões de euros em lucros”, pode ler-se.

Neste sentido, “o dinheiro que se diz não existir para aumentar salários, a economia que se afirma não sustentar as reivindicações dos trabalhadores de um aumento geral e significativo de todos os salários, em pelo menos 15% e nunca inferior a 150 euros”, escreve-se no mesmo comunicado, “sobra para garantir estes lucros colossais que traduzem um nível de acumulação e concentração da riqueza que é económica e socialmente insustentável”, garante a CGTP.

“Aos lucros da banca, podemos ainda juntar os 5,1 milhões de euros líquidos que a EDP e a Galp acumularam por dia em 2024, ou os 1,8 milhões de euros da Semapa, Navigator e Corticeira Amorim”, acrescenta a intersindical.

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