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Operação ‘Cartão Vermelho’. “Explicações que Luís Filipe Vieira deu ao juiz ilibam-no integralmente”, defende advogado

Manuel Magalhães e Silva, advogado do presidente auto-suspenso do Benfica, considera que as explicações que Luís Filipe Vieira deu ao juiz Carlos Alexandre ilibam este empresário e dirigente desportivo. Terminou o interrogatório que durou cerca de quatro horas e durante a tarde serão conhecidas as medidas de coação.
  • O presidente do Conselho de Administração da Promovalor, Luís Filipe Vieira, fala perante a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, na Assembleia da República, em Lisboa, 10 de maio de 2021. TIAGO PETINGA/LUSA
10 Julho 2021, 14h29

O advogado de Luís Filipe Vieira, Manuel Magalhães e Silva, considerou este sábado que as explicações que o presidente auto-suspenso do Benfica deu ao juiz Carlos Alexandre, no âmbito da Operação “Cartão Vermelho”, “ilibam-no integralmente”.

O defensor legal de Luís Filipe Vieira prestou declarações aos jornalistas após o término do interrogatório ao dirigente desportivo (que teve uma duração aproximada de quatro horas) e mostrou convicção de que as respostas dadas perante o juiz deverão evitar medidas de coação menos gravosas.

“Faço um balanço positivo. O meu cliente respondeu a todas as perguntas sem nenhuma exceção. Confirmo que Luís Filipe Vieira foi confrontado com escutas telefónicas durante o interrogatório mas que esse não foi o principal meio de prova utilizado pela acusação”, começou por realçar Manuel Magalhães e Silva.

Questionado sobre se considera que a decisão de Luís Filipe Vieira em auto-suspender o seu mandato como presidente do Benfica pode evitar a prisão preventiva, Magalhães e Silva mostrou a convicção de que essa é uma realidade. “Se for decretada a medida de prisão preventiva, irei discordar dessa decisão. Um recurso para a Relação terá que ser ponderado”, realçou.

A propósito dos desenvolvimentos deste caso no dia-a-dia do SL Benfica, Magalhães e Silva referiu que, “uma vez que não houve uma palavra da direção do clube” para o seu cliente, o advogado optou por não transmitir essa informação a Luís Filipe Vieira. “Não lhe dei nota do que se passou ontem e hoje. O meu cliente sabe que, em virtude da suspensão do mandato, o vice-presidente assumiria a posição de presidente em exercício ou substituto”, concluiu.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

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