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Luís Filipe Vieira renunciou à presidência do SL Benfica e da Benfica SAD (com áudio)

O arguido da operação Cartão Vermelho renunciou, com efeitos imediatos, à presidência do clube e da Benfica SAD.
15 Julho 2021, 19h46

Luís Filipe Vieira renunciou hoje à presidência do Sport Lisboa e Benfica e também da Benfica SAD, abandonando as funções depois de as ter suspendido na passada sexta-feira.

Conforme apurou o Jornal Económico, Luís Filipe Vieira comunicou formalmente a sua decisão numa carta dirigida aos presidentes da mesa da assembleia geral da SAD e também do clube das águias.

A demissão do presidente benfiquista, que foi novamente eleito no ano passado, surgiu no âmbito da sua detenção, na semana passada, na sequência da operação Cartão Vermelho. Luís Filipe Vieira é suspeito por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento.

Na sexta-feira, o juiz Carlos Alexandre determinou que Luís Filipe Vieira vai ficar sujeito a uma medida de prisão domiciliária até pagamento de uma caução de três milhões de euros. Além desta caução, Luís Filipe Vieira terá como medidas de coação a proibição de contactos entre arguidos (à exceção do contacto entre Luís Filipe Vieira e o filho Tiago Vieira), proibição de saída para o estrangeiro e entrega do passaporte. Além disso, Luís Filipe Vieira, Tiago Vieira, José António dos Santos e Bruno Macedo estão sujeitos ao termo de identidade e residência.

Em causa estão factos ocorridos, “essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente e suscetíveis de integrarem a prática, entre outros, de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”, segundo avançou o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) na quarta-feira.

A investigação está a ser dirigida pela Autoridade Tributária (AT) que analisa “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”, de acordo com o DCIAP.

A Benfica SAD comunicou na quarta-feira à CMVM que o período de revogação de ordens irá estender-se até ao último dia do período de subscrição do empréstimo obrigacionista, 23 de julho. Esta emissão tem previsto um montante global inicial de 35 milhões de euros, a um prazo de três anos, pagando uma taxa de juro de 4%.

“Tendo em consideração os desenvolvimentos dos últimos dias, a Benfica SAD, em articulação com o Banco Organizador e Coordenador Global e os Bancos Colocadores da referida oferta pública, tomou a decisão de estender o período de revogação de ordens até ao último dia da oferta (inclusive), ou seja, 23 de julho de 2021”, pode ler-se na comunicação efetuada ao mercado.

Na quarta-feira, o Conselho Fiscal da Benfica SAD comunicou ao Conselho de Administração que irá conferir um prazo de 30 dias ao presidente auto-suspenso da SAD, Luís Filipe Vieira, no sentido de se demitir ou poder recuperar a possibilidade de contactar com outros administradores, uma medida de coação imposta pelo juiz Carlos Alexandre no âmbito da investigação em torno da operação “Cartão Vermelho”.

Rui Costa assumiu interinamente as funções de presidente do SL Benfica e da Benfica SAD. Mas o conselho de administração do clube garantiu que iria “promover todas as diligências tendentes à realização de uma consulta aos sócios” e que o “ato eleitoral deverá ocorrer até ao final” deste ano.

 

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