[weglot_switcher]

Lula da Silva acusado de corrupção passiva

A defesa do ex-presidente repudiou “toda e qualquer ilação” com atos e ilícitos e considerou que a acusação na Operação Zelotes faz parte da “perseguição política” sofrida por Lula da Silva.
Ueslei Marcelino/Reuters
16 Maio 2017, 08h28

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi indiciado esta segunda-feira pela Polícia Federal do país pelo crime de corrupção passiva, no âmbito da Operação Zelotes. Em nota, a defesa de Lula repudiou “toda e qualquer ilação” do envolvimento de Lula com atos e ilícitos e considerou que o indiciamento faz parte da “perseguição política” sofrida pelo ex-presidente.

Segundo as autoridades brasileiras, o ex-presidente e mais 12 pessoas, entre ex-ministros do governo de Lula e empresários, participaram de um esquema criminoso que resultou na edição da Medida Provisória 471, que estendeu incentivos fiscais a montadoras e fabricantes de veículos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

De acordo com o relatório da polícia federal que segue para análise do ministério Público brasileiro, lobistas que representavam montadores terão pago cerca de 6 milhões de reais (o equivalente a 1,75 milhões de euros) para que a medida provisória fosse publicada. O ministério Público pode ou não agora oferecer denúncia à Justiça.

Os advogados de Lula da Silva, disseram, em nota, desconhecer o teto da acusação e afirmaram que o ex-presidente tem sido “submetido, nos últimos dois anos, a verdadeira devassa e nenhuma prova foi encontrada, simplesmente porque não houve de sua parte qualquer ato de corrupção”.

“Essa onda de ataques só serve para reforçar que nosso cliente é vítima de perseguição política por meio de procedimentos jurídicos, prática reconhecida internacionalmente como lawfare, e que atenta contra o Estado Democrático de Direito”, diz a nota.

A Operação Zelotes investiga desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que é vinculado ao ministério da Fazenda brasileiro e é a última instância administrativa de recursos referentes a impostos e multas de contribuintes. De acordo com as investigações, diversas empresas teriam participado de um esquema envolvendo o pagamento de subornos a conselheiros para que manipulassem resultados dos julgamentos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.