No seguimento do comunicado da administração do Global Notícias-Media Group (GNMG), que veio a público, esta segunda-feira, Joaquim Carreira, CEO da Lusa, veio repudiar o conteúdo do mesmo, nomeadamente o que designam de “boicote” e “bloqueio unilateral”.
De recordar que a Global Media acusou a agência Lusa de boicote por ter cortado serviço noticioso ao Diário de Notícias.
“Na última sexta-feira, pelas 17h30, o acesso do Diário de Notícias aos serviços
informativos da Agência Lusa foi unilateralmente bloqueado pela administração da
mesma. O Global Media Group (GMG) vem por este meio repudiar liminarmente este
ataque à informação livre e ao jornalismo produzido pela equipa editorial do Diário de
Notícias”, lê-se no comunicado da dona do DN.
Assim, Joaquim Carreira esclareceu que “desde a alienação das participações do GNMG na Lusa ao Estado Português, no final de julho, a Agência promoveu reuniões regulares com o citado grupo, bem como com o grupo Notícias Ilimitadas, no sentido de reestruturar e ajustar os antigos contratos, e apoiar na alteração de sistemas informáticos resultante da nova realidade e da nova estrutura legal”.
“Em outubro, a administração da GNMG foi contactada pela Lusa, alertando para a existência de dívida vencida e não liquidada das marcas Diário de Notícias e Dinheiro Vivo”, sublinhou Joaquim Carreira.
Já em novembro, “a Lusa continuou a enviar mensagens e a efetuar telefonemas alertando para o agravamento da situação, tendo culminado na segunda-feira passada com o envio de um email detalhado sobre a necessidade de separação dos sistemas para a correta prestação de serviços aos dois grupos, e exigindo o pagamento da dívida para quarta-feira, sem qualquer tipo de resposta”.
“Na quinta-feira passada, face à não resposta aos emails e telefonemas, bem como à ausência de liquidação da dívida vencida de 32 mil euros, ou de qualquer verba, a Lusa enviou mais um aviso a dar um novo prazo de pagamento até sexta-feira às 13 horas, ao qual também não obteve resposta”, recordou Joaquim Carreira.
“Perante a ausência de comunicação, a Lusa foi forçada a, no final da tarde de sexta-feira, suspender os serviços das referidas marcas do GNMG. De salientar que não se encontra em causa a prestação de serviços ao título Açoriano Oriental, pertencente ao mesmo grupo editorial, nem ao JN, o Jogo e TSF pertença do grupo Notícias Ilimitadas”, concluiu.
A Global Media enviou um comunicado esta segunda-feira onde diz que “comprou, em 2013, 23,36% do capital da Agência Lusa ao Estado por 1.426.268,83 euros [1,4 milhões]; vendeu essa mesma percentagem já este ano por 1.276.047,70 euros [1,2 milhões]. A 31 de janeiro de 2024, a administração anterior do GMG tinha uma dívida acumulada à Agência Lusa de 905.188 euros [905,2 mil euros], sendo que em nenhum momento foi o serviço suspenso ou sequer posto em causa”. Mas depois houve uma renegociação do contrato de serviços com a agência em setembro, “tendo os prazos de pagamento sido alterados (de 90 para 30 dias), pelo que estão neste momento em dívida três meses de atividade (num valor inferior a trinta mil euros), a ser pago no decorrer das normais operações contabilísticas em função do acerto dos prazos”, refere a Lusa.
A Global Media salienta que “a acionista e a administração estão empenhadas em salvar o título histórico que se presta a cumprir 160 anos de vida” e fala de “ataque à informação livre”.
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