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Macron confrontado com decisão sobre entendimentos com a esquerda

Como se esperava, o partido de Marine Le Pen e de Jordan Bardella saiu vencedor da primeira volta das eleições em França. Os franceses ficam agora à espera do que sucederá no próximo domingo, na segunda volta, dependentes das decisões do palácio do Eliseu.
1 Julho 2024, 12h36

São 577 os deputados que este domingo iniciaram o seu percurso para a Assembleia Nacional e, de algum modo, está tudo nas mãos do presidente Emmanuel Macron: com a necessidade de uma segunda volta (a 7 de junho) , apenas dos dois candidatos mais votados em cada círculo passam à fase seguinte. Num quadro em que a extrema-direita venceu, resta saber se Macron irá ou não aceitar forçar a desistência dos seus candidatos nos círculos onde a sua eleição à segunda volta possa ser difícil e promover a concentração de votos nos candidatos da Nova Frente Popular (a coligação de esquerda que engloba comunistas, socialistas radicais de esquerda e verdes, fundamentalmente).

Durante a campanha eleitoral, Macron optou por não ser definitivo sobre a matéria e não quis responder diretamente – um ‘sim’ ou um ‘não’ – à questão, que lhe foi insistentemente colocada. Era evidente que nunca iria responder – dado que soaria como uma derrota antecipada – mas agora, e até ao próximo domingo, já não poderá furtar-se por mais tempo.

Quanto ao mais, nada de novo: a extrema-direita saiu vitoriosa, mas pode agora suceder-lhe o que é costume. Ou seja, os candidatos do partido de Marine Le Pen e de Jordan Bardella irão agora confrontar-se com coligações de toda a ordem em que o fito é ‘todos contra um’. Tem sucedido assim em todas as eleições parlamentares que têm sucedido desde que o partido da família Le Pen deixou de ser uma irrelevância política.

Num quadro em que as sondagens à boca das urnas não é uma prático comum, a extrema-direita deverá ser a mais votada, com 37% dos votos (o que daria para eleger 260 a 310 deputados), seguida da coligação de esquerda, com 28% (115 a 145 deputados) e só depois o partido de Macron, com 20% (90 a 120 deputados). Os depauperados Les Republicans ficam em quatro lugar, com a possível eleição de 30 a 50 deputados. Seja como for, segue tudo, ou quase (haverá por certo círculos em que já há eleitos, os que conseguiram mais de 50% dos votos) para a segunda volta.

Três grandes blocos políticos estão a competir: A Aliança Centrista (Juntos) do presidente Emmanuel Macron, encabeçada por Gabriel Attal, o Rassemblement National (RN), partido de extrema-direita liderado por Jordan Bardella, e a coligação Nova Frente Popular, que inclui forças de centro-esquerda, verdes e de extrema-esquerda.

As primeiras indicações dizem que 67% dos franceses foram votar – o que é um número significativo, mesmo num país onde a abstenção não é, tradicionalmente, um grande problema.

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