Em entrevista ao Económico Madeira, o Secretário Regional da Economia, Rui Barreto, referiu que a estratégia do Governo Regional da Madeira para uma eventual quebra de turismo britânico na Região, como consequência do Brexit, passa por uma aposta na promoção e na diversificação dos mercados emissores. Em relação à área empresarial, afirmou que ainda há muita indefinição no que poderão vir a ser os acordos comerciais entre o Reino Unido e a União Europeia.
Teme que com esta questão do Brexit possam existir barreiras à entrada de empresas madeirenses e portuguesas no mercado britânico?
Não sei. Nesta fase ainda, se me permite, de ressaca da saída do Reino Unido, e com as implicações que isso vai ter no futuro, não consigo, de facto, medir o impacto que isso poderá ter nas empresas portuguesas. Há aqui alguma indefinição sobre como é que se vão estabelecer os acordos comerciais, o Reino Unido está fora da União Europeia, está fora do teto da união política e de todas as regras que estão aí subjacentes, mas há fortes relações comerciais entre o continente europeu e o Reino Unido, e julgo que haverá, com certeza, interesse em que elas se mantenham, vamos ver de que forma. Depois esses acordos são processos de negociação caso a caso.
Mas existe algum plano?
As relações comerciais têm de ser discutidas Estado a Estado, ou se quiserem entre a própria União Europeia, no seu todo, e o Reino Unido. Obviamente que isso terá implicações também na Região Autónoma da Madeira (RAM), que é uma região do país, que está obviamente integrada no espaço europeu, na União Europeia e também na Zona Euro, daí que, atendendo a este facto e à incerteza, é de todo conveniente, e principalmente na Região Autónoma, onde há um peso muito relevante do mercado britânico, nomeadamente de turistas, se possa diversificar os mercados emissores, de forma a que o ressentimento ou a diminuição de turistas do Reino Unido não se faça sentir de forma tão acentuada.
Está a ser feita alguma coisa nesse sentido?
Eu acho que a estratégia de reforço da promoção, de criar um conjunto de incentivos a novas rotas e ao aumento de frequências, através também do Aeroporto e de ações desencadeadas pelo Turismo de Portugal e pela Associação de Promoção da Madeira têm em vista precisamente diminuir riscos, isto por um lado do ponto de vista da principal área do setor económico que é o turismo e depois vamos ver de que forma é que os acordos que forem celebrados em termos comerciais vão de certa forma, prejudicar ou não relações comerciais que têm exercido. Mas a RAM é uma região de serviços, nós não temos uma grande vocação de comércio internacional de bens transacionáveis, por isso presumo que o impacto das alterações nas pautas aduaneiras com o Reino Unido não será tão significativo.
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