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Madeira: Os preços do imobiliário vão continuar a aumentar em 2023?

Existem dois tipos de mercados na Ilha da Madeira, o mercado interno, que considero qualquer pessoa que viva permanentemente na Ilha da Madeira e esteja a pensar comprar ou trocar de habitação por motivos de crescimento da sua família ou mesmo simplesmente por querer mudar de zona, e depois temos o mercado estrangeiro, que neste momento podemos considerar que é um mercado em franca expansão.
13 Janeiro 2023, 13h29

Nuno Simão
Consultor imobiliário da Kw Madeira

Existem dois tipos de mercados na Ilha da Madeira, o mercado interno, que considero qualquer pessoa que viva permanentemente na Ilha da Madeira e esteja a pensar comprar ou trocar de habitação por motivos de crescimento da sua família ou mesmo simplesmente por querer mudar de zona, e depois temos o mercado estrangeiro, que neste momento podemos considerar que é um mercado em franca expansão.

Coloco muitas dúvidas no abrandamento dos preços, dado que a Madeira é um local seguro, que para um cidadão estrangeiro é uma característica primordial, tem uma localização geográfica longe das guerras que neste momento existem, possui um clima ótimo e tem um governo estável, o que leva a quem nos visita a acreditar que o investimento é seguro e que normalmente não haverão mudanças drásticas de políticas, o que proporciona uma certa estabilidade. Claro que o cliente que nos visita neste momento, proveniente dos EUA, Canadá, Rússia, Brasil, China e Suíça, é um cliente com poder de compra muito superior ao do cliente madeirense, logo, neste momento o preço dos imóveis é bastante alto, o que se torna benéfico para quem vende, mas do outro lado da medalha, a maior parte dos madeirenses já não consegue adquirir bons apartamentos ou moradias no Funchal.

Acredito que com a subida das taxas de juro o mercado poderá sofrer alterações na oferta de imóveis, mas penso que não será a avalanche que faça com que haja grandes oscilações nos preços. Para finalizar, o facto de o sistema de Golden Visa estar ainda em funcionamento na Madeira é outro motivo que, na minha opinião, não permitirá uma discrepância acentuada nos preços atuais em comparação com os preços de 2023.

Paulo Pereira
Presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas

As habitações são bens duradouros e são na sua maioria adquiridas com recurso a crédito em que a prestação paga é uma percentagem dos rendimentos das famílias. A mais rápida subida de taxas de juros desde que existem bancos centrais faz com que o mercado imobiliário trave quase completamente para os madeirenses (que como os restantes portugueses têm dos rendimentos médios mais baixos da Europa) enquanto as taxas de juro estiverem a este nível (ou mais alto), a produtividade da economia não permitir aumentos de salário reais significativos para a maioria das pessoas e os impostos de uma casa nova representarem quase 50% do valor final pago por uma família.

No que concerne aos compradores estrangeiros, é muito importante o que ocorrerá em 2023 e 2024, pois são anos de muitas escrituras, de confirmação formal do real interesse do mercado estrangeiro de maior rendimento no imobiliário da Região Autónoma da Madeira. Há muito stock em contratos promessa com especuladores, intermediários e estrangeiros e vamos ver nos próximos tempos se há confirmação de real apetência e em que dimensão do estrangeiro pelo mercado local.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor. Edição do Económico Madeira de 13 de janeiro.

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