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Madeira: PCP defende valorização de 10% para todos os salários

Ricardo Lume disse que não é aceitável que, apesar do crescimento económico, apesar do aumento da produtividade dos trabalhadores, “os salários continuem a ser de miséria”.
27 Janeiro 2023, 15h47

O PCP, dando sequência à campanha “Mais Força aos Trabalhadores” realizada no âmbito da preparação do XI Congresso Regional do PCP, que se realiza nos próximos dias 25 e 26 de fevereiro, desenvolveu esta sexta-feira uma jornada de contacto com trabalhadores de diversos sectores para afirmar a necessidade da valorização geral dos salários, onde defendeu a valorização de 10% para todos os salários..

“O salário real dos trabalhadores na nossa Região estão efetivamente a diminuir. Devido ao aumento dos preços nos bens alimentares, na energia e principalmente na habitação, é fácil constatar que os aumentos “anémicos” dos salários ficam muito à quem das necessidades dos trabalhadores, mas também aquém da possibilidade das entidades patronais aumentarem os salários pois têm apresentado lucros astronómicos”, realçou o deputado Ricardo Lume.

O parlamentar destacou que o salário mínimo a praticar na Região, mesmo com a atualização aprovada na passada quinta-feira, no Parlamento Regional para os 785 euros, não dá resposta às necessidades mais básicas de um trabalhador e da sua família.

“A título de exemplo para alugar um T1 no Funchal a renda ascende aos 700 euros, a conta da água, da luz e das telecomunicações vão aumentar em 2023 na ordem dos 7%, no supermercado a escalada dos preços dos bens alimentares é diária. Cada vez mais é difícil um trabalhador fazer face às suas despesas mensais com o seu salário. Em 2022 a taxa de inflação fixou-se nos 8,1% e as previsões do Banco de Portugal é que a inflação em 2023 possa atingir os 5,8%”, salientou.

Ricardo Lume disse que não é aceitável que, apesar do crescimento económico, apesar do aumento da produtividade dos trabalhadores, “os salários continuem a ser de miséria”.

“É também uma evidência que, tanto na administração e no sector públicos, como em inúmeras atividades e empresas do sector privado, como já é evidente no sector da hotelaria e no sector da construção civil, sectores em plena expansão, boa parte dos níveis salariais foi absorvida pelo salário mínimo ou está muito próximo do seu valor. E mesmo em carreiras profissionais longas ou nalgumas chefias pouco se distanciam da retribuição mínima”, sublinha.

“A perpetuação do modelo de baixos salários, de resto em contradição com os níveis crescentes de escolarização e qualificação dos trabalhadores, que atinge de forma particular os jovens, constitui um fator de bloqueio ao desenvolvimento económico e social”, diz ainda.

Nesse sentido, reforça que não só é possível como necessário garantir em 2023 o aumento em 10% de salário para todos os trabalhadores com uma valorização mínima garantida de 100 euros.

“Não é aceitável que na nossa Região milhares de pessoas empobreçam mesmo a trabalhar, não é aceitável que mão de obra qualificada tenha um salário equivalente ao salário mínimo”, frisa, por fim..

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