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Madeira: PS critica novo executivo por “acolher maior número de tachos” para PSD e CDS-PP

O líder do PS Madeira critica ainda o novo executivo, que será presidido por Miguel Albuquerque, por ser “maior e mais despesista”.
31 Março 2025, 09h36

O PS criticou o novo Governo Regional da Madeira, que foi apresentado na sexta-feira, por ser “maior e mais despesista” e defendeu que isso serve para acolher “o maior número de tachos para o PSD e CDS-PP”.

O presidente do PS Madeira, Paulo Cafôfo, apontou ainda os erros que considera existirem no novo executivo madeirense.

Cafôfo alerta que “não é conhecido” nenhum pensamento da nova secretária da Saúde, Micaela Freitas, sobre o setor. O líder socialista considerou que o percurso da nova responsável governativa pela Saúde na Região à frente da Segurança Social “não deixa antever nada de bom. Contas certas não é claramente o seu forte. Aliás, as contas da Segurança Social não são de fiar, como disse o próprio Tribunal de Contas”.

O líder socialista diz ainda que a secretária da Inclusão, Trabalho e Juventude, “não conhece a realidade” da Região e lembrou declarações de Paula Margarido de que na Madeira “há miséria de cabeça” e que a pobreza é uma “consequência das drogas e do alcoolismo”.

Sobre o novo secretário regional da Agricultura e Pescas, Nuno Maciel, diz que “foi apenas para o PSD resolver um problema de sucessão na Câmara Municipal da Calheta” e que a pasta do Ambiente “fica desadequadamente entalada entre o Turismo e Cultura”.

Albuquerque indigitado como presidente do Governo já apresentou novo executivo

Recorde-se que Miguel Albuquerque foi oficialmente indigitado como presidente do Governo da Madeira, na sexta-feira. No mesmo dia apresentou a nova composição do executivo.

O Executivo tem oito secretarias (mais uma face ao atual), seis novas caras, e manteve dois secretários regionais que pertenciam ao anterior elenco.

Face ao último Governo de Albuquerque, que saiu das eleições de maio de 2024, o líder do PSD Madeira manteve Jorge Carvalho e Eduardo Jesus naquele que será o novo Executivo regional.

Jorge Carvalho mantém as mesmas pastas, ou seja, Educação, Ciência e Tecnologia. Já Eduardo Jesus fica neste novo Executivo com as tutelas do Turismo, Ambiente e Cultura e perde a pasta da Economia.

O líder do CDS-PP Madeira, José Manuel Rodrigues, que vai deixar a presidência da Assembleia Legislativa da Madeira, que tinha desde 2015, para integrar o novo Executivo presidido por Miguel Albuquerque, fica com o pelouro da Economia.

As Finanças ficam com Duarte Nuno de Freitas, atual presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Madeira (IDE).

A tutela dos Equipamentos e Infraestruturas fica com Pedro Rodrigues, que é atualmente diretor regional do Equipamento Social e Conservação.

A Saúde e Proteção Civil passa a estar com Micaela Freitas, que transita da presidência do conselho diretivo do Instituto de Segurança Social da Madeira para o novo executivo madeirense.

Nuno Maciel, deputado eleito pelo PSD e vereador na Câmara Municipal da Calheta, fica com as pastas da Agricultura e Pescas.

A Inclusão, Trabalho e Juventude fica com Paula Margarido, atual deputada do PSD na Assembleia Legislativa da República, e que já foi presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados em 2019 e entre 2020 e 2022.

De saída do Governo estão Rogério Gouveia (Finanças), Pedro Ramos (Saúde e Proteção Civil), Rafaela Fernandes (Agricultura, Pescas, e Ambiente), João Pedro Fino (Equipamentos e Infraestruturas), e Ana Maria Freitas (Inclusão, Trabalho e Juventude).

PSD e CDS-PP estabeleceram acordo de Governo e parlamentar

Refira-se que este novo executivo resulta de um acordo de Governo entre PSD e CDS-PP que assegura maioria absoluta.

O PSD venceu as eleições na Região Autónoma da Madeira, de 23 de março, ao obter 43,4% dos votos, elegendo 23 deputados, e ficando a um deputado da maioria absoluta, de acordo com os resultados da plataforma do Ministério da Administração Interna (MAI).

Os sociais-democratas subiram o número de mandatos de 19 para 23 deputados face às últimas regionais realizadas em maio de 2024, e reforçou a sua votação de 36,1% para os 43,3%.

Seguiu-se o Juntos Pelo Povo (JPP) que passou de nove para 11 deputados, com a votação a crescer de 16,8% para 21%, enquanto que o PS passou de 11 para oito deputados e viu os votos reduzirem-se de 21,3% para 15,6%.

O Chega passou de quatro para três deputados e os votos caíram de 9,2% para 5,4%, enquanto que o CDS-PP passou de dois para um deputado e os votos desceram de 3,9% para 3%.

A Iniciativa Liberal (IL) manteve o deputado mas viu a sua votação recuar de 2,5% para 2,1% e o PAN perdeu a representação parlamentar.

A taxa de votação foi de 55,9% ficando acima dos 53,4% das eleições de maio de 2024.

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