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Madeira: Reformulação do Governo Regional é “comércio de tutelas arbitrário e desadequado”, diz Miguel Iglésias

A mais recente reformulação governamental foi motivada pela saída de Pedro Calado, agora substituído por Rogério Gouveia, tendo a pasta da vice-presidência sido extinta.
19 Agosto 2021, 13h37

O Grupo Parlamentar do PS Madeira considera a recente redistribuição de tutelas do Governo Regional “um ato feito à pressa, sem qualquer racional ou estratégia e que, mais uma vez coloca a nu as motivações do PSD-CDS que governa a Região: um crescimento orgânico do aparelho governamental por via de nomeações políticas e a subordinação dos interesses dos madeirenses ao comércio de cargos e tutelas entre os dois partidos”, vinca o líder da bancada parlamentar do PS-Madeira, Miguel Iglésias.

“O que salta à vista no imediato é que neste comércio de tutelas pensou-se apenas em salvaguardar os egos dos secretários regionais, repartindo-se pastas sem qualquer noção objetiva e pragmática das suas implicações numa orgânica de governação. Veja-se como mais uma vez o fundamental setor da mobilidade é esquartejado em três tutelas diferentes”, vinca.

Miguel Iglésias demonstra-se “perplexo” perante as decisões tomadas. “É difícil de entender como temos a Secretaria Regional da Educação a tutelar a Justiça, a administração de infraestruturas portuárias, a APRAM, na tutela da Economia, a Empresa de Eletricidades da Madeira nas Infraestruturas. Onde está o racional destas decisões? Simplesmente não se entende”.

Para Miguel Iglésias, a nova orgânica governativa ainda consegue ter “o ridículo de meter a nova Direção da Rede de Cuidados Continuados sob a tutela das Finanças, ou seja, por muita boa vontade, que contributo podem dar os técnicos de finanças na gestão da Rede de Cuidados continuados de saúde e terceira idade”, questiona.

Com a nova orgânica governativa, a secretaria Regional da Educação acumula a importante pasta da educação com a justiça e a coordenação política e assuntos parlamentares. Uma decisão que, para Miguel Iglésias é claramente demonstrativa da arbitrariedade na decisão.

“A educação fica enfraquecida, naturalmente, quando deveria ser um eixo fundamental do Governo da Região com uma secretaria dedicada dada a sua importância para o futuro da Madeira”, salienta.

Miguel Iglésias recupera ainda as declarações do ex-vice-presidente Pedro Calado que referiu aquando da sua saída “que o Governo Regional ficava melhor sem a sua saída. Afinal ficaram foi os piores vícios, com a manutenção da montanha de assessores”.

Para o líder da bancada parlamentar do PS salta à vista uma outra particularidade: o reforço do CDS que “toma agora conta da Empresa de Eletricidade da Madeira, um dos maiores empregadores da Região. Tendo em conta a forma como este partido tem sido particularmente eficaz na nomeação de ‘boys e girls’ nas suas tutelas, o PS estará particularmente atento ao futuro desta empresa. Para Miguel Iglésias, a EEM é uma empresa de interesse absolutamente estratégico para a Região e que nunca poderá ficar refém de interesses.

“Aliás, não se entende como um secretário da Economia sai reforçado desta reformulação governamental quando está a braços com a justiça num processo de financiamento partidário indevido que deveria encher de vergonha não apenas o seu partido como o governo do qual faz parte e que agora, como uma estranha forma de prémio, reforça a sua posição”, aponta Miguel Iglésias.

“Como cereja no topo do bolo, temos Miguel Albuquerque, implicado num processo criminal a respeito da SDM a querer ficar com a tutela, precisamente, da SDM, o que seria uma total falta de respeito e consideração pelas instituições e de respeito perante os madeirenses”, destaca.

A mais recente reformulação governamental foi motivada pela saída de Pedro Calado, no âmbito da sua candidatura à Câmara Municipal do Funchal, agora substituído por Rogério Gouveia, tendo a pasta da vice-presidência sido extinta.

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