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Madeira: tolerância de ponto desencontrada…

A Região Autónoma da Madeira não concede tolerância de ponto amanhã, por ocasião da visita do Papa por, segundo Miguel Albuquerque, “não fazer sentido”, mas nem todos pensam da mesma forma.
Reuters
11 Maio 2017, 13h26

“Se estivéssemos num território com continuidade territorial fazia sentido”, sublinha o chefe do governo madeirense para quem só se justificaria tolerância de ponto “caso os madeirenses tivessem a possibilidade de irem para Fátima”.

Esta decisão do governo insular não é pacífica e na Assembleia Legislativa foi criticada de forma contundente pelo CDS que reclamou a tolerância de ponto em respeito pela visita papal e pelo facto da população madeirense ser maioritariamente católica.

As Câmaras Municipais do Funchal, do Porto Moniz e do Porto Santo, lideradas pelo Partido Socialista anunciaram tolerância de ponto nos respetivos serviços na tarde de sexta-feira

Na reunião plenária de hoje da Assembleia Legislativa foram apresentados pelo PSD e pelo CDS dois votos de congratulação pelo centenário das aparições em Fátima e pela visita do Papa Francisco a Portugal. Rui Barreto, do CDS, desafiar de novo o governo regional a conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos, na sexta-feira.

JPP e PS subscreveram os votos, em nome da tradição católica de Portugal. O PCP colou os votos não às aparições de Fátima mas à visita do papa.

O deputado independente defendeu o respeito pela separação entre o Estado e a Igreja e acusou PSD e CDS de “aproveitamento grosseiro” do Papa Francisco. Já o deputado do Bloco de Esquerda, Rodrigo Trancoso, também presidente da assembleia municipal do Funchal, classificou de “ridículos” os dois votos de congratulação e considerou que as aparições de Fátima, em 1917, foram um “grande embuste”.

José Manuel Coelho, do PTP acusou os dois partidos proponentes dos votos, PSD e CDS, de serem “fariseus”.

Hoje a Universidade da Madeira anunciou a sua adesão à tolerância de ponto decretada pelo governo da República, alegando que se trata de uma instituição que depende da tutela central e não da Região.

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