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Maduro transformou Venezuela num “santuário de terroristas”, acusa presidente da Colômbia

“O que estamos a assistir é que Maduro não só abrigou terroristas colombianos por muitos anos, bem como confirma cada vez mais que a Venezuela é um santuário para terroristas e traficantes de drogas”, disse Ivan Duque em Xangai, China, durante a sua visita oficial ao país asiático, no domingo, 28 de julho.
29 Julho 2019, 19h49

O presidente da Colômbia, Ivan Duque, acusou o homólogo venezuelano, Nicolas Maduro, de ter tornado a Venezuela num “santuário de terroristas”, numa altura em que os dois países vizinhos reacendem divergências após existir a possibilidade de o governo de Maduro estar a proteger dois antigos membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

“O que estamos a assistir é que Maduro não só abrigou terroristas colombianos por muitos anos, bem como confirma cada vez mais que a Venezuela é um santuário para terroristas e traficantes de drogas”, disse Ivan Duque em Xangai, China, durante a sua visita oficial ao país asiático, no domingo, 28 de julho.

A declaração de Duque surgiu depois de Nicolas Maduro – no mesmo dia – ter anunciado que Seuxis Paucias Hernandez e Luciano Marin, ex-comandantes das FARC, conhecidos por Jesus Santrich e Ivan Marquez, respetivamente, são “bem-vindos na Venezuela”. Ambos os ex-guerrilheiros são procurados pelas autoridades colombianas, mas Maduro considerou-os “líderes da paz”.

As FARC deixaram de ser consideradas forças paramilitares subversivas em 2016, após o ex-presidente colombiano José Manuel dos Santos ter firmado um acordo de paz com o movimento então considerado rebelde e terrorista. As FARC desmobilizaram e tornou-se num movimento político legalizado, mas ainda há membros que são procurados pelas autoridades do país pelas suas ligações ao narcotráfico, uma das formas mais eficazes que as FARC encontraram para se financiarem.

Jesus Santrich e Ivan Marquez são dois exemplos de ex-guerrilheiros das FARC ainda procurados pelas autoridades, mesmo depois da desmobilização do grupo.

Márquez desapareceu da Colômbia em 2018, depois do seu sobrinho ter sido preso e levado para os Estados Unidos para cooperar com as autoridades norte-americanas em casos de narcotráfico. No início deste mês de julho, o supremo tribunal de Justiça da Colômbia ordenou a prisão de Santrich depois de ele ter faltado ao interrogatório relativo a acusações de tráfico de drogas para os EUA.

De acordo com a “Reuters”, Ivan Duque afirmou várias vezes que Santrich poderia ter entrado na Venezuela, algo que Maduro admitiu ser possível.

“Não há dúvida de que a Santrich é protegida por esse regime ditatorial”, disse Duque sobre a Venezuela.

Além destas afirmações, as tensões entre a Colômbia e a Venezuela pioraram depois de o presidente Ivan Duque ter alinhado o seu país à maioria de países sul-americanos que em conjunto com os EUA anunciaram o seu apoio a Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente da Venezuela em oposição a Maduro.

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