Um desafio lançado em 2023 e que se propõe a marcar um novo compasso nos recordes do Guinness. Ao JE, o presidente do Instituto Superior Técnico, Rogério Colaço, fala de como a universidade e o Magma Studio se preparam para dar a maior aula de programação do mundo.
Conta Rogério Colaço que este assunto começou a ser abordado aquando da abertura do Técnico Innovation Center. “Lancei o desafio ao Miguel Gonçalves e ao Magma Studio para fazer alguma coisa diferente e diferenciada aqui no Técnico Innovation, uma vez que agora tínhamos um espaço que permitiria acolher muita gente numa zona muito central de Lisboa”, assume o presidente do Técnico.
Com um claro desafio em mãos, Rogério Colaço admite que apesar do Técnico “estar habituado a ter aulas com muita gente, nunca fizemos a maior aula do mundo”. Ainda assim, é esperançoso no objetivo: “estamos bem rodeados, com parceiros experientes e com diversos apoios importantes, como a Câmara de Lisboa, Associação de Estudantes do Técnico e da Unicorn Factory Lisboa. Acho que tem tudo para ser grande conseguirmos concretizar o objetivo, que é entrar no Guinness como a maior aula de computação do mundo”.
O objetivo proposto é ‘simples’: juntar 1.600 pessoas num só espaço e dar uma aula, tenham estes alunos conhecimentos da área ou não. No fundo, tudo se aprende e quem quiser saber mais sobre computação pode sempre aventurar-se no tema.
Ainda assim, o presidente admite, na mesma conversa, um conjunto de objetivos subjacentes “tão ou mais importantes que entrar no Guinness”. “Mesmo que os 1.600 e a entrada no Guinness não se concretizem, com certeza que os outros objetivos importantes serão concretizados”.
Que outros objetivos? “Queremos chamar à atenção para esta área importante dos tempos em que vivemos. As ciências e tecnologias de informação e comunicação são absolutamente determinantes. A nossa literacia nestas áreas é absolutamente indispensável para conseguirmos viver no mundo que temos hoje. Portanto, o nosso primeiro objetivo é chamar à atenção a esta área”, destaca o catedrático.
Com outros dois focos em mente, Rogério Colaço é conciso: “Chamar e sensibilizar precocemente talentos futuros, ou seja, chamando a atenção para esta área para sensibilizar os mais jovens para a importância de aprender estas matérias”.
O último passa por posicionar tanto o Técnico, como a Universidade de Lisboa e o país “como um grande centro de especialização e de competência nestas áreas”. O presidente do instituto evidencia ainda a existência de procura e oferta nestas áreas de especialização, existindo a dualidade em termos de procura de alunos e de empregadores.
Ao JE, Rogério Colaço admite a necessidade de Portugal e da Europa em termo engenheiros com formação em Tecnologias de Informação e Comunicação. “É gigantesca neste momento e absolutamente determinante para o desenvolvimento do país, da sociedade e para implementar tudo aquilo que temos de alcançar”.
A procura por este tipo de atividade em tecnologia é tão grande que a Maior Aula de Programação do Mundo conta com o patrocínio de grandes players da indústria. Explica-nos o catedrático que estes patrocínios chegam ainda em forma de olheiros, porque “os empregadores sentem a escassez de recursos humanos e a necessidade de os formar e de apoiar a instituições que o fazem”.
Questionado sobre o tipo de imagem que este tipo de eventos dá ao país, com foco nas capacidades tecnológicas e talento em Portugal, Rogério Colaço é conciso: “dá a imagem correta, uma imagem que corresponde à realidade e que Portugal e a engenharia portuguesa é, neste momento, uma das engenharias mais qualificadas na Europa. Os nossos engenheiros são dos mais procurados, dos mais competentes e dos mais reconhecidos em termos de formação”.
O presidente do Instituto Superior Técnico diz-nos que têm tentado retribuir mais à sociedade, porque “temos uma obrigação social que levamos muito a sério, que é mostrar aquilo que fazemos às pessoas”.
Apesar de ser um instituto superior de onde saem anualmente mil licenciados e 800 mestres, Rogério Colaço diz ser importante promover a literacia tecnológica e mostrar que ela se faz em Portugal. “Precisamos de divulgar esta área, promover talentos e promover a captação de talentos dos jovens estudantes”. O convite? Esse foi feito logo no início da conversa e é aberto a quem esteja disponível a aprender.
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