Não há dúvida que as gestoras de fundos de pensões ‘gerem’ o mundo financeiro. Os ativos sob gestão dos 300 maiores fundos de pensões do mundo aumentaram 11,5% para um total de 21,7 triliões de dólares em 2020, de acordo com o estudo anual realizado pelo Thinking Ahead Institute da Willis Towers Watson em parceria com o Pensions & Investments, uma das principais publicações de investimento dos EUA, que analisa as maiores tendências no sector dos fundos de pensões.
Em 2020, a América do Norte continuou a ser a maior região em termos do volume de ativos sob gestão em fundos de pensões e do número de fundos, com 41,7% de todos os ativos no estudo. É seguida pela Europa (27,5%) e Ásia-Pacífico (27,5%).
A região da Ásia-Pacífico registou a maior taxa de crescimento anual dos últimos cinco anos, com 9,9%. A Europa e a América do Norte registaram, por seu turno, taxas de crescimento de 7,8% e 7%, respetivamente, enquanto os ativos dos fundos da América Latina e de África aumentaram 5,7% durante o mesmo período, refere a Willis Towers Watson.
Globalmente, os Estados Unidos continuam a ter o maior número de fundos no top 300 (138 fundos), seguidos pelo Reino Unido (23), Canadá (18), Austrália (16) e Japão (14). Um total de 34 novos fundos entrou no top 300 nos últimos cinco anos, com os EUA a contribuir com o maior número líquido de novos fundos (7), com 15 fundos a sair do ranking e 22 a entrar. Em contraste, o Reino Unido registou a maior perda líquida de fundos (4) durante o mesmo período, uma vez que os esquemas de benefícios definidos no país continuam a amadurecer, revela o estudo.
Entrou um novo participante na lista dos 20 primeiros fundos em 2020 o Fundo Nacional da Riqueza da Rússia, que subiu de 25 para 17º no ranking, substituindo o fundo de pensões norte-americano Texas Teachers, que desceu para 21º no ranking. O National Wealth Fund da Rússia tem ativos totais de 183 mil milhões de dólares.
No top aparece em primeiro lugar o Government Pension Investment do Japão com ativos totais de 1.719.987 milhões de dólares (1.720 mil milhões de dólares ou 1,72 triliões de dólares). Segue-se o Government Pension Fund da Noruega com ativos totais de 1.305,9 mil milhões de dólares (1,3 triliões) e em terceiro o National Pension da Coreia do Sul com ativos de 765,45 mil milhões de dólares.
Em 4º lugar surge o Federal Retirement Thrift dos EUA que gere 651,124 mil milhões de dólares; em 5º o ABP da Holanda
com ativos de 607,4 mil milhões de dólares; o National Social Security da China surge em 6º lugar com ativos de 448,43 mil milhões de dólares; o California Public Employees, também dos Estados Unidos, gere 426,2 mil milhões de dólares e está em 7º lugar do ranking, seguido do Canada Pension, do Canadá, com 390,5 mil milhões de dólares de ativos sob gestão; em 9º lugar surge o Central Provident Fund de Singapura com ativos de 349,8 mil milhões de dólares e o PFZW da Holanda, ocupa o 10º lugar com ativos de 306,9 mil milhões de dólares.
O Top 20 inclui ainda fundos de pensões da Malásia, Índia e Dinamarca.
Entre os 300 principais fundos, os ativos dos fundos de benefício definido (BD) continuam a dominar, representando 63,4% do total. No entanto, esta proporção tem vindo a diminuir modestamente ao longo dos anos, uma vez que os fundos de contribuição definida (CD), os fundos de reserva e os ativos de fundos híbridos estão lentamente a ganhar terreno, conclui a Willis Towers Watson.
Os planos de benefícios definidos dominam na América do Norte e Ásia-Pacífico, onde representam 73,7% e 64,7%, respetivamente. Em menor grau, estes planos representam também a maioria dos ativos na Europa (52%), enquanto os planos de contribuição definida dominam noutras regiões, com 72,5% dos ativos, especialmente nos países da América Latina.
De acordo com o estudo, os fundos de pensões soberanos e do sector público representam 68% do total dos ativos, com 141 desses fundos entre os 300 primeiros. Os fundos de pensões corporativos estão em segundo lugar, representando 17% do total dos ativos (com 101 fundos); e finalmente, os fundos privados independentes, que representam 15% do total dos ativos, situam-se em 58% dos 300 primeiros.
O estudo mostra também que o volume de ativos sob gestão dos 20 maiores fundos de pensões – que representam 41,8% do total – cresceu 14,6% em 2020, a segunda maior taxa de crescimento anual desde 2004. Isto traduz-se numa taxa de crescimento anual composta durante os últimos cinco anos de 8,9% para os 20 maiores fundos e 7,9% para os 300 maiores.
Os ativos dos 20 maiores fundos são predominantemente investidos em ações (46,6%), seguidos de rendimento fixo (36,3%) e investimentos alternativos (17,1%) numa base média ponderada.
Globalmente, estes fundos têm aumentado lentamente a sua afetação a produtos alternativos ao longo dos últimos anos, a fim de cumprirem os seus objetivos de rentabilidade.
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