Maioria das empresas que se candidatam ao SIFIDE não beneficia de majoração de Ecodesign

A maioria das empresas que se candidata ao sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial (SIFIDE) não beneficia de ver consideradas as suas despesas em 120% nas deduções à coleta do IRC, segundo concluiu o webinar ‘Ecodesign e o SIFIDE: Um Aliado para Empresas Sustentáveis’ dinamizado pela Aliados Consulting, em parceria com o INEGI.

Este é um benefício fiscal que pretende aumentar a competitividade das empresas, apoiando o esforço destas na área da Investigação & Desenvolvimento (I&D) através da dedução à coleta de IRC de uma percentagem das despesas associadas a esta área.

João Pedro Pinto, Partner na Aliados Consulting, lamenta que esta seja uma “majoração pouco aproveitada pelas empresas”, no entanto acredita que “possam vir a existir benefícios fiscais para a circularidade e para a sustentabilidade em Portugal, tal como já acontece noutras países da Europa, no entanto, enquanto ainda não é uma realidade podemos usar o SIFIDE e esta majoração associada ao Ecodesign como incentivo para que as empresas possam investir em circularidade”.

O Ecodesign foi abordado no webinar como uma estratégia essencial para as empresas sustentáveis. “O Ecodesing deve ser pensado para todo o processo de desenvolvimento e para todo do ciclo de vida do produto. Com uma abordagem consistente deve ser aplicado não só a novos produtos, mas também a produtos já existentes no mercado”, revelou a Head of Circular Economy no INEGI, Viviana Correia Pinto.

O Webinar destacou ainda que a apresentação de projetos de Ecodesign ao SIFIDE é residual. “O SIFIDE surge como um instrumento crucial para impulsionar a transição para uma indústria mais circular, sendo que tem passado despercebido à grande maioria das empresas a possibilidade de otimizar a sua candidatura a este benefício fiscal por esta via”, sublinha João Pedro Pinto.

As candidaturas a este benefício fiscal decorrem até dia ao final de maio. No ano passado o SIFIDE representou uma renúncia fiscal de 521,2 milhões de euros.