Mais de metade dos portugueses querem uma remodelação do Governo, de acordo com uma sondagem da Universidade Católica para a RTP e para o jornal “Público” conhecida esta quinta-feira. O nome mais apontado para abandonar o Executivo é o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, apesar de o Partido Socialista (PS) continuar a ser o partido com a maior percentagem de intenções de votos.
A sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, realizada entre 5 e 7 de maio e contou com 1.123 entrevistas por telefone validadas, revela que 51% dos inquiridos são a favor de que haja mexidas na composição do Governo de António Costa. Desses, 19% acreditam que Eduardo Cabrita não tem condições para continuar a frente do Ministério da Administração Interna.
Em causa está a mais recente polémica com o realojamento dos imigrantes no empreendimento turístico Zmar Eco Experience de Odemira, após um surto de Covid-19 no concelho. A polémica segue-se a outras polémicas que marcam o mandato de Eduardo Cabrita, desde que sucedeu a Constança Urbano de Sousa em 2017, como é o caso do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), das falhas no SIRESP ou as golas antifumo.
No entanto, o primeiro-ministro, António Costa, veio garantir, no debate desta quarta-feira no Parlamento, que mantém a confiança em Eduardo Cabrita. “Quem me dera que o meu problema fosse o senhor ministro da Administração Interna. Significaria que não tenho nenhum problema, porque tenho um excelente ministro da Administração Interna e vivo bem com o ministro da Administração Interna”, disse.
Também a ministra da Saúde, Marta Temido, é outra das sugestões dos inquiridos para a remodelação, com 11% a pedir a sua demissão, pela forma como tem gerido a pandemia da Covid-19.
Apesar das alterações sugeridas à composição do Governo, 92% dos inquiridos acredita que o Executivo de António Costa vai cumprir o mandato até ao fim. Sobre eventuais acordos parlamentares, 55% defendem que o Governo deve manter a situação atual, com negociações pontuais com os partidos, 14% defendem um acordo com o PSD e 13% pedem novos acordos à esquerda.
Em caso de eleições antecipadas, xadrez político ficaria praticamente igual
Se as eleições fossem hoje, a sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica indica que o PS voltaria a ser vencedor com 38% das intenções de voto. O partido do Governo fica a mais de dez pontos percentuais de distância do Partido Social Democrata (PSD), que conta com 28% de possíveis votantes. Já o Bloco de Esquerda (BE) fica em terceiro lugar, com 8% das intenções.
Em quarto lugar aparece o Chega, com 6% das intenções de voto (apesar da descida de dois pontos percentuais em comparação com as últimas sondagens), seguido pela Coligação Democrática Unitária (CDU) e pelo Iniciativa Liberal, ambos com 5%. Já o partido Centro Democrático Social (CDS) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) conseguem, cada um, 3% das intenções de voto.
Quer isto dizer que a direita toda junta não ultrapassaria 42% e que, caso houvesse eleições antecipadas, o cenário iria ser praticamente igual ao de agora. Os partidos à esquerda continuariam a ser maioritários e, se houvesse acordo para formar uma nova “geringonça” (com o PS, BE e CDU), essa somaria 51% das intenções de voto. Se essa “geringonça” juntasse ainda o PAN conseguiria 54% de possíveis votantes.
A sondagem revela ainda que o CDS-PP é o partido no qual os eleitores que votaram em 2019 menos repetiriam o voto (42%), seguido o BE com apenas 44% a repetir a votação nos bloquistas. Já o Iniciativa Liberal é o partido no qual os eleitores que votaram em 2019 mais voltariam a votar (78%), seguido pelo PS, com 71% eleitores a admitirem repetir o voto nos socialistas.
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