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Mais de 1,3 milhões de alunos retomam hoje aulas à distância com críticas às mudanças nos exames nacionais

Uma petição contra a “eliminação da melhoria da classificação final da disciplina por exame” exige ao Governo que recue na sua decisão de permitir que os alunos do 12º ano realizem apenas exames nacionais para as disciplinas que escolham como provas de ingresso para o acesso ao ensino superior. Documento já conta com mais de duas mil assinaturas.
14 Abril 2020, 07h55

Quase 1,4 milhões de alunos dos ensinos básicos e secundários retomam hoje as aulas à distância depois das férias da Páscoa e já com várias medidas em vigor aprovadas pelo Governo para mitigar os efeitos da pandemia da Covid-19 entre a comunidade escolar.

Para já, todos os 400 mil alunos do ensino secundário vão ter apenas aulas à distância, com o Governo ainda a ter de decidir se os alunos do 11º e 12º anos regressam às escolas.

Mas as novas regras fixadas pelo Governo para o final do ano letivo já estão a ser alvo de críticas entre a comunidade estudantil do ensino secundário.

Uma petição que já conta com mais de duas mil assinaturas critica as mudanças aprovadas nos exames nacionais e exige a reversão das regras.

O Conselho de Ministros de 9 de abril determinou que os alunos “apenas realizarão exames finais nacionais nas disciplinas que elejam como provas de ingresso para efeitos de concurso nacional de acesso ao ensino superior”.

Isto significa que todos os alunos que quiserem realizar exames nacionais com vista à melhoria das notas finais das disciplinas ficam impedidos de o fazer este ano letivo.

A petição intitulada “Contra a eliminação da melhoria da classificação final da disciplina por Exame” foi criada por José Miguel Salgado da Cunha e exige a “revisão das medidas aprovadas” pelo Governo a 9 de abril.

Disponível no site Petição Pública, o autor argumenta que a “melhoria da classificação final da disciplina por Exame é, para muitos alunos do Ensino Secundário, a única opção viável de melhoria da sua média interna, em anos posteriores à conclusão da disciplina, de modo a poderem ingressar no curso superior almejado. A alteração homologada relativamente a este ponto em específico constitui um atentado ao trabalho, dinheiro e esforço investido por milhares de alunos portugueses no seu futuro”.

“Os alunos querem e necessitam dessa possibilidade de melhoria, à luz do que ocorria nos passados anos letivos. Numa época pandémica, é imperativo uma redução da realização dos Exames Nacionais ao essencial. Mas não será a consumação para efeitos de melhoria essencial? Não será a concretização pessoal dos alunos portugueses essencial?”, pode-se ler no documento.

“É por isto que, como alunos portugueses a lutar pelo nosso futuro, cremos que a modificação dos moldes de avaliação externa do presente ano letivo, neste ponto em específico, não se torna benéfica, de todo, para nós, pelo que pedimos a Vossas Excelências uma revisão das medidas aprovadas em Conselho de Ministros de 9 de abril de 2020.

A petição tem como destinatários o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a Direção-Geral da Educação e o Júri Nacional de Exames.

O regresso às aulas a partir desta terça-feira vai contar apenas com a assistência através de meios digitais, com o apoio pedagógico através da televisão (programa Estudo em Casa na RTP Memória) a arrancar somente na próxima semana, no dia 20 de abril para alunos do 1º ao 9º ano.

https://jornaleconomico.pt/noticias/aulas-a-distancia-do-terceiro-periodo-arrancam-para-13-milhoes-de-alunos-na-terca-feira-11-coisas-que-precisa-de-saber-574876

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