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Mais de 300 cientistas exigem que Bruxelas proteja os oceanos como medida contra as alterações climáticas

O documento “Acabe com a sobrepesca” foi entregue ao Comissário da UE para o Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius como parte de uma declaração assinada por mais de 300 cientistas que apelam à ação da Comissão Europeia.
11 Setembro 2020, 18h31

Mais de 300 cientistas enviaram uma missiva à Comissão Europeia onde pelam que Bruxelas proteja os oceanos como medida contra as alterações climáticas. Na assinatura do documento constam 30 especialistas portugueses.

Na mensagem “Acabe com a sobrepesca”, que foi entregue Comissário da UE para o Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius, esta semana, é pedido “uma resposta urgente e necessária à crise climática e da biodiversidade”.

Os cientistas exigem por isso que a UE estabeleça limites de pesca dentro dos pareceres científicos e reconhecem que “a gestão das pescas baseada nos ecossistemas é crítica para a saúde do oceano e para a sua capacidade de responder às alterações climáticas”.

As assinaturas também serão entregues aos ministros das pescas dos Estados-Membros da UE, antes de serem definidos os limites anuais de pesca para 2021, e aos membros do Parlamento Europeu que estão a preparar a sua resposta à Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030. “A sobrepesca e as capturas acidentais são os maiores responsáveis ​​pela perda de biodiversidade no meio marinho”, cita o comunicado as declarações do professor Alex Rogers, diretor de Ciência na Rev Ocean.

“Precisamos de um oceano saudável e produtivo, e acabar com a sobrepesca é fundamental. Isto é ainda mais importante quando nos confrontamos com os efeitos das alterações climáticas, que afetam todo o oceano, incluindo os próprios stocks de peixes. Como cientista, apelo à UE para que reconheça que a gestão das pescas baseada nos ecossistemas é necessária para a saúde do oceano e a sua capacidade de responder às alterações climáticas. É igualmente vital para a saúde humana, incluindo a das gerações futuras”.

Por sua vez, Rebecca Hubbard, diretora de programa da Our Fish, considera que “tal como com a nossa saúde, se continuarmos a agredir o oceano mantendo a sobrepesca, todo o sistema irá sair ainda mais enfraquecido, até deixar de ter capacidade de nos suportar com aquilo de que necessitamos: oxigénio, regulação do clima, alimentação e empregos. A UE tem que parar de arrastar os pés e tomar esta ação clara e decisiva agora, antes que seja tarde demais”

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