Mais de 50% da oferta de hidrogénio renovável será assegurada por quatro países até 2035
A recente análise da Aurora Energy Research aponta que, apesar de alguns contratempos, até 2035 mais de 50% da procura total de hidrogénio na Alemanha, Espanha, Suécia e Grã-Bretanha obterá resposta por via do hidrogénio renovável.
Contudo, essa transição do hidrogénio derivado de combustíveis fósseis para alternativas sustentáveis poderá exigir um investimento de até 100 mil milhões de euros, conforme alerta Emma Woodward, responsável pelo mercado de hidrogénio na Aurora Energy Research.
A curto prazo, uma das principais preocupações para os envolvidos em projetos de hidrogénio é identificar quem são os utilizadores finais das energias renováveis ou do hidrogénio de baixo carbono e determinar quando estarão prontos para fazer a sua aquisição. As questões que se colocam passam por saber em que momento os offtakers estarão preparados e quando haverá uma procura suficiente para impulsionar esse desenvolvimento.
Diante do aumento inesperado dos custos de produção do hidrogénio, fica claro que o apoio político é crucial para cobrir a lacuna de financiamento e promover a transição para o hidrogénio renovável em diversas indústrias. “Atualmente, os mandatos nos setores de matérias-primas, aviação e transporte marítimo estão a definir a procuraa específica de cada setor”, explica Woodward.
O estudo também revela que a procura de hidrogénio na Europa poderá sextuplicar até 2060, com a produção nacional de hidrogénio eletrolítico a representar cerca de 30% desse total.
O relatório sublinha que a transição para o hidrogénio renovável dependerá fortemente de políticas que ajudem a diminuir a diferença de custos em relação ao hidrogénio produzido a partir de fontes fósseis. Os setores que deverão adotar o hidrogénio renovável em primeiro lugar incluem as matérias-primas (como amoníaco, refinarias e metanol), aviação, transporte marítimo e produção de aço verde.
As regulamentações rigorosas e as penalizações esperadas deverão impulsionar a utilização de hidrogénio na aviação e no transporte marítimo, enquanto as matérias-primas irão evoluir através de incentivos e mandatos. A aceitação do aço verde, por sua vez, dependerá de subsídios, uma vez que os mandatos são ainda limitados.
