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Mais de 70% dos portugueses querem ser vacinados, conclui inquérito da Deco

Verifica-se também que, a vontade de receber a vacina sem reservas aumenta consideravelmente junto dos inquiridos que se dizem bem informados, que convivem de perto com pessoas de risco ou que perderam amigos e familiares vítimas da Covid-19.
4 Fevereiro 2021, 12h33

Com o processo de vacinação em marcha, são cada vez mais os portugueses que encaram de forma positiva tomar uma das vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento. Segundo um inquérito realizado pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), 77% dos portugueses querem ser vacinados, 14% estão indecisos e 9% recusam.

Apenas metade dos inquiridos afirma querer vacinar-se assim que for possível e um pouco mais de um quarto prefere aguardar. Três quartos dos inquiridos defendem que a vacina é fundamental, mesmo junto dos jovens e da população saudável, pois permite reduzir o risco de contágio de toda a população. Metade dos inquiridos considera mesmo que a vacina deveria ser obrigatória.

O receio dos efeitos secundários é outra das variáveis presentes no inquérito e a desconfiança face à rapidez com que as vacinas foram produzidas e aprovadas são as principais razões apontadas pelo grupo dos que ainda não se decidiram, os que não querem de todo e os que querem vacinar-se mas preferem aguardar, de acordo com este estudo estatístico.

Verifica-se também que, a vontade de receber a vacina sem reservas aumenta consideravelmente junto dos inquiridos que se dizem bem informados, que convivem de perto com pessoas de risco ou que perderam amigos e familiares vítimas da Covid-19.

Entre os 9% que afirmam não querer vacinar-se de todo, além do receio dos efeitos secundários (67%), 45% não confiam no processo de fabrico da vacina e 37% não acreditam na sua eficácia. Mais de metade destes (54%) pensam que existem interesses políticos e económicos por detrás das vacinas anti-covid.

Mais de um terço dos inquiridos acreditam que a vacina é um meio totalmente eficaz para evitar o contágio e um maior número de participantes defende que irá reduzir a gravidade da doença e dos sintomas e, por conseguinte, a taxa de mortalidade por causa da covid-19. Mas quando questionados relativamente à eficácia face a novas variantes do coronavírus, as certezas parecem esbater-se.

Os portugueses são também os mais pessimistas quanto à retoma da normalidade. A maioria dos inquiridos prevê um ano de 2021 muito complicado para a economia do país, com 85% a responderem que a recuperação financeira não irá ocorrer antes de 2022. Além disso, acreditam que as máscaras vieram para ficar, 79% dos portugueses não pensam que nos livremos delas antes de 2022 (contra os 58% registados na Bélgica).

Por outro lado, a vacinação é encarada como uma esperança, uma luz ao fundo do túnel neste período negro que atravessamos, 72% dos portugueses considera que a vacina vai ser extremamente importante para retomarmos a nossa vida social e familiar (88% no caso dos que querem ser vacinados quanto antes) e 75% acreditam que vai permitir mitigar a sobrecarga nos serviços de saúde. Esta crença aumenta para 92% junto dos que querem ser vacinados já.

A maioria dos inquiridos concorda com a ordem de prioridades estabelecida para a administração das vacinas, mas cerca de um quinto acha que o Governo não está a organizar de forma eficiente a sua distribuição e um quarto considera haver falta de transparência no processo de compra das vacinas.

Por fim, no que toca ao processo de desenvolvimento das vacinas para a covid-19, 28% dos inquiridos considera que a indústria farmacêutica foi pouco clara. Contudo, 63% dos portugueses acreditam que a Agência Europeia do Medicamento não aprovaria vacinas que não fossem suficientemente seguras. Adicionalmente, consideram que a indústria farmacêutica não deveria lucrar com as vacinas e que deveria ser legalmente responsabilizada por eventuais problemas que venham a surgir.

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