A escassez de talento continua a ser um desafio significativo no setor das Tecnologias da Informação (TI), onde o ritmo de contratação é influenciado por um abrandamento económico e pelo crescimento da Inteligência Artificial (IA).
De acordo com o estudo “Experis 2025 CIO Outlook”, 21% dos líderes tecnológicos notam uma redução nas contratações devido ao contexto económico, enquanto 22% observam um aumento relacionado à introdução da IA nas suas operações.
A pesquisa analisa as tendências de contratação e os desafios que os Chief Information Officers (CIOs) enfrentam num cenário de rápida transformação digital.
A maioria dos CIOs (81%) reporta mudanças nos padrões de contratação, com 32% das organizações a expandirem as suas contratações para áreas estratégicas como cloud computing e tecnologia de sustentabilidade.
No entanto, estas mudanças podem agravar o panorama da escassez de talento, uma vez que 76% das organizações do setor a nível global enfrentam dificuldades em encontrar profissionais qualificados. Para 25% dos CIOs, essa escassez é um dos principais desafios da sua função.
Nuno Ferro, Brand Leader da Experis, destaca que a transformação digital e os desafios de talento estão a levar os líderes a redefinir as suas prioridades em termos de capacidades procuradas.
As empresas estão a procurar perfis abrangentes que combinem expertise técnica e soft skills, como a capacidade de colaboração e resolução de problemas, essenciais para enfrentar desafios que vão além das áreas tecnológicas.
A cibersegurança é identificada como a competência mais valiosa para os CIOs, com 46% a considerá-la prioritária, seguida por IA (35%) e cloud computing (34%).
No entanto, as soft skills estão a ganhar destaque, refletindo a necessidade de habilidades que permitam uma melhor colaboração e trabalho em equipa.
Para enfrentar a escassez de talento, os líderes tecnológicos adotam abordagens criativas nas suas estratégias de atração e desenho de funções.
Mais de metade (52%) já está a incorporar competências de IA nas funções existentes, enquanto 42% combinam conhecimentos técnicos com pensamento estratégico e 37% aumentam a versatilidade das funções. Apenas 8% dos CIOs afirmam não estar a redesenhar as suas funções para atender às exigências do negócio.
Apesar de os orçamentos para contratações de TI serem limitados, as organizações continuam a procurar candidatos fora da empresa, com 32% dos trabalhadores qualificados em TI a virem de fontes externas.
A experiência de trabalho concreta é considerada a forma mais produtiva para o desenvolvimento de competências, com 47% dos líderes a destacá-la, seguida por programas de formação promovidos pelo empregador (42%) e formação presencial (35%).
Embora os programas universitários tenham historicamente sido a principal fonte de talento, muitos líderes reconhecem que cursos e certificações online podem ser mais eficazes para preparar os alunos para as necessidades atuais do setor.
No entanto, apenas 28% das empresas realiza regularmente programas de formação contínua sobre as tecnologias mais recentes para as suas equipas de TI, evidenciando uma lacuna na melhoria das competências a nível interno, sublinha o estudo.
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