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Mais de 80 mil pessoas esperadas no MWC Barcelona (com áudio)

O maior evento do sector das telecomunicações regressa à cidade catalã esta segunda-feira e, até 2 de março, mais de 80 mil pessoas deverão passar pela Fira de Barcelona. O evento deverá injetar até 350 milhões de euros na economia local.
27 Fevereiro 2023, 12h10

Arranca esta segunda-feira, em Barcelona (Espanha), o Mobile World Congress (MWC), o maior evento mundial do sector de telecomunicações. As principais marcas mundiais aproveitam a montra tecnológica para divulgar novos produtos para os consumidores, mas sobretudo novas soluções empresariais. O 5G é o prato principal oferecido pelas operadoras e fabricantes, mas não faltam aperitivos e canapés de outra natureza.

O MWC Barcelona é o maior congresso mundial do sector e pela cidade catalã deverão passar nos próximos dias cerca de 80 mil pessoas, segundo uma estimativa da GSMA, a associação sectorial que organiza o evento. É a primeira edição do congresso a decorrer em condições normais desde 2019, sem restrições associadas à pandemia. Vamos a alguns números.

Os mais de 240 mil metros quadrados do recinto – que sombra fazem, por exemplo, à escala da Web Summit lisboeta -, serão ocupados por mais de 2.000 organizações. Ao todo, o evento deverá injetar até 350 milhões de euros na economia local, segundo estimativas da Fecasarm, a federação local de atividades de restauração e similares, e criar até 7.500 empregos temporários. Para o comércio local, nomeadamente no retalho, serviços, lazer e turismo, estes dias deverão valer uma injeção direta de quase 100 milhões de euros. “És molta fruita”, dirão os catalãs.

O impacto é comparável ao da Web Summit. Na mais recente edição, o congresso tecnológico terá reunido cerca de 70 mil participantes e também 2.000 empresas – sobretudo startups e fintechs, ao passo que por Barcelona imperam os nomes pesados. A FIL não passa dos cerca de 200 mil metros quadrados, mas a valorização da economia em virtude do evento está estimada pela organização nos cerca de 106 milhões de euros (quase um terço do que o evento de dimensão aproximada trará à Catalunha).

São números otimistas para a organização do MWC, mas ainda assim aquém dos recordes estabelecidos em 2019, quando por aqui passaram quase 110 mil participantes. No ano passado, devido a restrições sanitárias, o evento contou apenas com 20 mil pessoas.

O MWC é tido pelas fabricantes e operadoras, bem como por outras empresas parceiras, como um dos momentos mais importantes do ano. Para algumas, é o principal palco para apresentação e divulgação de novos produtos, como fez este domingo a Nokia.

A empresa finlandesa divulgou uma nova gama de smartphones, numa renovada e requentada tentativa de comeback. Antes mesmo do arranque do evento, quando muitos dos participantes ainda nem tinham aterrado, a marca anunciou também uma mudança de estratégia e de branding, ao abandonar a emblemática imagem que a acompanha (quase) desde sempre.

A edição deste ano decorre num momento em que o sector encara uma situação inédita e de fazer torcer o nariz. Por um lado, as vendas de smartphones estão a descer quase 12%, segundo números da consultora IDC. Por outro lado, a corrida ao 5G, que não se corre à mesma velocidade em todos os países, está a obrigar as grandes fabricantes a reforçar a sua aposta no segmento empresarial e público. Basta dar três passos dentro dos pavilhões da Fira de Barcelona para perceber que há um renovado interesse nas soluções dirigidas à indústria, mas também aos sectores da educação e saúde.

No meio desta caldeirada, que é tanto técnica como tecnologicamente complexa, duas questões pesam na mente das empresas: custos energéticos e metas sustentáveis. A abordagem parece ser semelhante para todas, com uma noção assente de que os produtos e serviços criados hoje devem ser sustentáveis desde o primeiro dia, mas que a própria solução destes desafios implica o desenvolvimento rápido e ágil de novos equipamentos e tecnologias

O slogan do evento este ano será “velocity”, uma ode a esta velocidade da inovação e, simultaneamente, uma cautela para a indústria, que começa a perceber que existe um ponto de saturação no consumidor, seja ele quem for.

A atingir este ano a maioridade, a MWC começa a abrir a porta a segmentos de mercado que muito provavelmente não cá estariam, não fossem estes outros tempos e outras contas. A maior feira do género do mundo está de olho posto no 5G, mas a pensar no 6G, e entretida com os mais novos brinquedos das Big Tech – sim, estamos a falar da Inteligência Artificial – e das suas possíveis aplicações na gestão autónoma (e eficiente) das redes. Por cá, começam também a surgir, ainda que timidamente, algumas fintech.

O MWC Barcelona decorre na Fira de Barcelona até à próxima quinta-feira, 2 de março.

 

O jornalista viajou para Barcelona a convite da Huawei.

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