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Mais de cinco mil aforristas subscreveram online certificados CTT na primeira semana

Entre janeiro e junho, foram efetuadas subscrições de títulos de dívida pública de 621,1 milhões de euros, o que compara significativamente em baixa com 11,4 mil milhões de euros do primeiro semestre de 2023.
30 Julho 2024, 07h30

Os CTT – Correios de Portugal, que divulgaram esta segunda-feira uma queda de 24% nos lucros do primeiro semestre para 19,8 milhões de euros, contabilizaram mais de cinco mil aforristas a fazerem subscrição online de certificados de aforro na primeira semana em que disponibilizaram esta opção na app.

Há menos de duas semanas, os CTT lançaram uma plataforma digital para subscrição de títulos de dívida pública através da aplicação móvel da empresa para procurar dar mais conveniência aos cidadãos e melhorar a atratividade destes instrumentos financeiros. O Jornal Económico sabe que o objetivo do operador postal é continuar a fazer investimentos para desenvolver novas funcionalidades – para as quais precisará do apoio do IGCP – e tentar repor a normalidade deste negócio.

A contração nos serviços financeiros foi a principal razão para o resultado líquido dos CTT ter caído a dois dígitos entre os meses de janeiro e junho de 2024. As receitas ainda cresceram 9%, porque o Expresso e Encomendas mais que compensou a performance mais “desfavorável” dos Serviços Financeiros. De facto, os rendimentos operacionais dos Serviços Financeiros dos CTT desceram 34,9 milhões de euros para 11,1 milhões de euros devido ao comportamento dos títulos de dívida pública.

Os títulos de dívida pública (certificados de aforro e certificados do tesouro poupança crescimento) tombaram 88% para rendimentos de 4,3 milhões de euros. Nestes seis meses em análise, foram efetuadas subscrições de 621,1 milhões de euros, o que compara significativamente em baixa com 11,4 mil milhões de euros do primeiro semestre de 2023.

“A alteração das condições de comercialização em junho de 2023 reduziu a atratividade deste produto para o aforrador, devido à redução das taxas de juro, e limitou a capacidade de comercialização, devido à diminuição drástica dos limites máximos de aplicação por subscritor. Perspetiva-se que uma possível futura alteração das condições de comercialização venha a aumentar a subscrição deste produto”, recorda a empresa, no relatório e contas, publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ontem, após o fecho do mercado.

Nesse documento não consta um target específico para as subscrições no contexto desta nova plataforma online. Os CTT veem-na como um canal adicional. Quase certo é que a área de Expresso e Encomendas, que atingiu valores recorde no primeiro semestre, continue a impactar positivamente a empresa liderada por João Bento, bem como a banca. Aliás, os CTT apresentaram uma melhoria na guidance (orientação) de EBIT (lucro antes de juros e impostos) recorrente de 2024, excluindo Serviços Financeiros, para mais de 70 milhões de euros (ou +36%) em relação ao ano anterior.

“O forte crescimento das unidades ibéricas de Expresso e Encomendas e Banco CTT possibilitará que o EBIT recorrente, excluindo Serviços Financeiros, cresça dos 51 milhões de em 2023 para acima dos 70 milhões de euros em 2024 (>36%). Por outro lado, se os níveis de colocação de dívida pública se mantiverem pressionados, o EBIT recorrente dos Serviços Financeiros deverá rondar os 10 milhões de euros em vez do nível normal de 20 milhões de euros. Neste contexto de colocação de dívida pública, os CTT estabelecem um intervalo de referência de 80-90 milhões de euros para o EBIT recorrente consolidado”, explica a empresa.

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