A porta de entrada no mercado de trabalho é para mais de metade dos jovens portugueses a mesma. Um estudo da Eurofirms revela que 55% dos jovens, entre 2021 e 2024, iniciaram o percurso profissional através de estágios apoiados pelo Estado. Inicialmente limitadas aos grandes grupos, a crescente “democratização” destas oportunidades, com destaque para os estágios do IEFP, tem alargado o acesso ao primeiro emprego.
A chamada Geração Z integra jovens nascidos entre 1997 e 2012, que representam atualmente cerca de 15% da população portuguesa e têm cada vez maior peso no mercado de trabalho. Só este ano, 27% dos candidatos que procuram emprego têm até 25 anos, são mais dois pontos percentuais do que em 2024. Lisboa é a cidade com maior número de jovens candidatos com este perfil (30%), seguida do Porto e Aveiro (entre 12% e 14%).
Embora, a Eurofirms ressalve que a diversidade etária neste grupo geracional, dificulta a análise dos níveis de formação da Geração Z como um todo, os dados permitem concluir que, 40% dos jovens em busca de emprego têm o ensino secundário como grau máximo e 26% concluíram o ensino superior. No entanto, em linha com a tendência ascendente da última década – a população portuguesa em idade ativa com formação superior atingiu, em 2024, um valor recorde (29%) –, é esperado que esta geração seja a mais qualificada de sempre.
A um novo perfil académico associa-se um novo perfil profissional, salienta Cristina Rosa, People Leader da Eurofirms: “verificamos que os candidatos mais jovens apresentam preocupações e expectativas que diferem das prioridades dos seus pais e avós”.
Segundo esta responsável, a remuneração continua a ser um fator a ter em conta, mas há mais variantes que entram na equação . “A nova geração de trabalhadores deseja fazer parte de projetos estimulantes e com propósito, integrando ambientes de trabalho saudáveis. Procura também flexibilidade e um equilíbrio vida-trabalho positivo, com perspetivas de evolução de carreira claras”, adianta Cristina Rosa.
No que concerne a relação laboral, os dados da Eurofirms revelam também que até aos 18 anos, em parte devido aos empregos de verão, há equilíbrio entre contratos fixos e temporários. Entre os 18 e os 24 anos, o peso dos contratos fixos aumenta ligeiramente, tendência que se acentua a partir dos 25 anos, em que 59% dos contratos assinados são fixos.
Em Portugal, a taxa de desemprego jovem é elevada face à taxa de desemprego do país, mas tem vindo a cair na última década. Em 2025 ronda os 18%, que comparam com 38% registados em 2013.
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