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Mais de metade dos portugueses considera práticas conscientes e sustentáveis antes de escolher o banco

O estudo do banco Oney revela que os portugueses estão entre os consumidores europeus que mais se preocupa com o consumo sustentável. Separar o lixo, consumir produtos locais e orgânicos e comprar produtos recicláveis são os principais hábitos éticos dos cidadãos nacionais.
19 Fevereiro 2020, 11h00

As preocupações e expectativas dos portugueses face ao consumo do dia-a-dia tem estado a aumentar, em linha com a realidade dos consumidores europeus, o que se sente em vários aspetos da suas vidas quotidianas. Na verdade, cerca de 86% dos portugueses considera as práticas conscientes e sustentáveis de um banco antes de se associar à entidade.

De acordo com o estudo divulgado esta quarta-feira pelo banco Oney, os portugueses estão recetivos a escolher o banco consoante as suas práticas mais “verdes”, como a concessão de empréstimos com juros baixos para compras sustentáveis ou parcerias com empresas empenhadas a nível ambiental.

O estudo acrescenta ainda que mais de 50% dos consumidores (65% dos húngaros, 58% dos espanhóis, 55% dos portugueses e 47% dos franceses) estão dispostos a pagar entre 5 a 10% a mais para apoiar as ações dos seus bancos, um sinal de que o compromisso de uma empresa com o consumo sustentável é um critério tão importante quanto os preços que pratica.

Esta realidade não se limita ao setor bancário. Segundo o mesmo documento, a maioria (85%) dos portugueses inquiridos está preocupada com o consumo sustentável, sendo que cerca de 92% está preparado para comer produtos de origem biológica.

No que toca à seleção do produto no momento da compra, para os portugueses, o preço continua a ser o critério mais importante, tal como acontece em Espanha, França e Hungria (os restantes países inquiridos). Mas a reputação da marca, a performance do produto adquirido e a durabilidade do mesmo são menos relevantes para os portugueses do que para os franceses, espanhóis ou húngaros.

Para contrastar, os portugueses são os que mais peso dão ao critério do impacto na saúde (65%), e os mais dispostos a aumentarem o consumo de produtos orgânicos (92%) comparativamente aos inquiridos europeus.

Consumidores exigem melhores práticas sustentáveis por parte das empresas

Apesar de o estudo do banco confirmar que os consumidores estão cada vez mais proativos no que toca à mudança nos seus hábitos de consumo, a maior parte deles está pessimista quanto à capacidade das empresas de ir ao encontro das suas expectativas de desenvolvimento sustentável e de consumo responsável.

Mais de metade dos inquiridos não acredita nas promessas das marcas no que diz respeito à sustentabilidade e são extremamente céticos sobre a possibilidade de responder às mudanças climáticas através de inovações tecnológicas. Por exemplo, apenas 12% dos franceses e 16% dos portugueses acreditam que o progresso tecnológico ajudará a conter o aquecimento global.

O estudo conclui que quase todos (96%) os portugueses que participaram no inquérito querem que as empresas se comprometam e que os ajudem fazer melhor através da disponibilização de produtos e práticas mais sustentáveis e responsáveis. Estas práticas devem ser vistas no contexto de uma tendência crescente pela racionalização do consumo, considerada inevitável por 78% dos húngaros, 74% dos portugueses, 68% dos franceses e 58% dos espanhóis.

“É crucial para as empresas irem ao encontro das expectativas e aspirações dos consumidores, dado estes estarem prontos para uma mudança de hábitos e para avançarem no sentido de um consumo sustentável”, lê-se nessa análise, que acrescenta ainda que mais de 80% dos inquiridos querem consumir mais produtos orgânicos, limitar o efeito poluente das atividades de lazer e estão dispostos a pagar mais por um produto se este tiver uma origem responsável, bem como a encontrarem modos alternativos de transporte.

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