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77% dos proprietários em Lisboa pretende manter os preços das rendas, apenas 10% ponderam reduzir

Barómetro da Associação Lisbonense de Proprietários revela que 51% dos inquiridos mostram-se convictos de que os incumprimentos contratuais no pagamento das rendas por parte dos inquilinos vão aumentar este ano.
17 Fevereiro 2021, 10h14

Os proprietários de habitação receiam um incumprimento no pagamento das rendas por parte dos inquilinos em 2021. Segundo o Barómetro da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) divulgado esta quarta-feira, 17 de fevereiro, 51,4% dos inquiridos mostram-se convictos de que os incumprimentos contratuais no pagamento das rendas por parte dos inquilinos vão aumentar.

Um sentimento provocado pela evolução do mercado imobiliário apesar de em 2020 se ter mostrado resiliente face à pandemia. No entanto, as moratórias que suspenderam o pagamento das rendas habitacionais e não habitacionais durante o primeiro confinamento nacional “não permitem aos proprietários de imóveis encarar 2021 com alguma confiança”, indica a ALP.

Face a este cenário, 77,3% dos inquiridos pretendem manter os preços das rendas em 2021 e somente 10% ponderam baixar o valor atualmente praticado, enquanto 12% pondera mesmo aumentá-las. Cerca de 40% dos inquiridos afirmam ter rendas em atraso devido à pandemia de Covid-19, sendo que 36,5% acumulam perdas de três a seis meses de rendas, e 33,9% entre duas e três rendas em falta.

Contudo, 65% dos proprietários não têm intenção de colocar um processo de despejo e 40% afirmam que “não o farão por compreensão e solidariedade para com a situação de fragilidade social e económica dos seus inquilinos”, refere o comunicado.

Por outro lado, a grande maioria (74,4%) dos proprietários inquiridos no Barómetro da ALP mostram-se desagradados com a atuação do Governo e com as alterações realizadas ao arrendamento no âmbito da pandemia, sendo que 37,2% assumem que se sentem mal informados, tendo dificuldade em manterem-se atualizados sobre as alterações introduzidas, e 50,9% dizem ter algumas dúvidas, mas sabem genericamente o suficiente sobre a matéria.

De acordo com o Barómetro, 89,5% dos proprietários não está convencida com os programas de arrendamento acessível do Governo e das Autarquias e não se mostram disponíveis para colocar os seus imóveis, apesar dos atraentes incentivos fiscais.

Luís Menezes Leitão, presidente da ALP, sublinha que “é preciso por isso inverter rapidamente as políticas realizadas nos últimos anos, única forma de se conseguir um aumento da oferta de arrendamento, por forma a permitir que através do mesmo possa ser realizado o direito à habitação dos portugueses”.

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