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Mais de um terço das empresas portuguesas estão a preparar reforma da geração boomer

“Este é um valor inferior ao da média global (57%) e que poderá traduzir uma menor sensibilidade das [empresas] portuguesas ao impacto da saída dos trabalhadores da Geração Boomer do mercado de trabalho. Em Portugal, grande parte dos empregadores (45%) espera vir a sentir pouco impacto decorrente da reforma dos Baby Boomers, 27% prevê um impacto moderado e 10% a preverem muito impacto. 15% dos empregadores nacionais espera, por outro lado, não sentir impacto de todo”, refere o estudo do ManpowerGroup.
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23 Julho 2025, 13h24

Quase quatro em cada 10 empresas em Portugal (37%) estão a rever as suas estratégias de talento para preparar a reforma dos trabalhadores da Geração Boomer, de acordo com o estudo do ManpowerGroup, referente ao terceiro trimestre, que reúne mais de 40.600 empregadores, em 42 países e territórios.

“Este é um valor inferior ao da média global (57%) e que poderá traduzir uma menor sensibilidade das [empresas] portuguesas ao impacto da saída dos trabalhadores da Geração Boomer do mercado de trabalho. Em Portugal, grande parte dos empregadores (45%) espera vir a sentir pouco impacto decorrente da reforma dos Baby Boomers, 27% prevê um impacto moderado e 10% a preverem muito impacto. 15% dos empregadores nacionais espera, por outro lado, não sentir impacto de todo”, refere o estudo do ManpowerGroup.

O estudo da ManpowerGroup assinala que em Portugal, o setor das Tecnologias de Informação “surge como o mais proativo, com 45% dos empregadores a reverem as suas estratégias de talento para preparar a saída dos trabalhadores da Geração Boomer. Já a nível global, 58% destes empregadores antecipam um impacto nas suas estratégias de talento, valor que embora superior ao nacional, não revela o impacto setorial mais acentuado. A este nível, destacam-se os empregadores globais dos setores de Energia e Utillities e de Serviços de Comunicação, ambos com 63%, seguindo-se o setor de Transportes, Logística e Automóvel, com 62%”, acrescenta o estudo.

“Em Portugal, os setores de Transportes, Logística e Automóvel (44%), Finanças e Imobiliário (43%) e Bens e Serviços de Consumo (42%) revelam também estarem proativamente a preparar a reforma da Geração Boomer. Segue-se o setor dos Cuidados de Saúde e Ciências da Vida,  que se encontra a meio da tabela, com 38% dos empregadores nacionais a reverem as suas estratégias de gestão de talento. Finalmente, a apresentar transições mais graduais em Portugal, surgem os setores de Energia e Utilities (31%), Serviços de Comunicação (30%) e Indústria Pesada e Materiais (26%)”, revela o estudo.

Geração Z deve representar mais de metade da forma de trabalho em 2030

O ManpowerGroup refere que a reforma dos trabalhadores da Geração Boomer implica a consolidação das gerações mais jovens no mercado, “com a previsão de que a Geração Z a venha a representar 58% da força de trabalho” até 2030.

“Esta mudança traz consigo uma significativa mudança na dinâmica dos locais de trabalho, com novas perspetivas e uma alteração cultural associada a uma nova hierarquia de valores, mais centrada nas questões da saúde mental, equilíbrio vida pessoal e profissional, desenvolvimento profissional e equilíbrio financeiro. De facto, de acordo com o Global Talent Barometer 2025, do ManpowerGroup, os trabalhadores da Geração Z e da Geração Millennial são os que revelam experimentar maiores níveis de stress diariamente no trabalho, com 52% e 53% respetivamente a reportarem-no. Já no que toca aos benefícios mais valorizados, a Geração Z é a que mais valoriza oportunidades de promoção (63%) e de aquisição de novas competências (76%)”, diz o ManpowerGroup.

O estudo adianta que esta alteração demográfica levanta também diversos desafios ao nível da perda de conhecimento provocada pela saída dos baby boomers que estão a reformar-se; e da procura, por parte da Geração Z, de novas competências que combinem as capacidades técnicas e humanas, e permitam o seu crescimento. “Esta transição exige, por isso, um esforço consciente para promover a colaboração intergeracional, com a requalificação e a mentoria direcionadas assurgirem como soluções valiosas para contribuir para colmatar os desequilíbrios de talento entre gerações. Os programas de formação multidisciplinar podem ajudar os trabalhadores da geração Z e os mais experientes a partilhar o conhecimento tradicional, ao mesmo tempo que oferecer mentorias e proporcionar novas oportunidades de aprendizagem ajudará a reter os trabalhadores maduros”, diz o estudo.

O estudo defende que no atual contexto de transição demográfica, a adaptação das estratégias de talento “permitirá às organizações identificar e desenvolver potenciais sucessores, planear estratégias de partilha de conhecimento e introduzir novas competências técnicas e humanas. A análise e a compreensão das necessidades e das expectativas das diferentes gerações será, por isso, essencial para manter a produtividade das organizações”.

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