Pedro Nuno Santos defendeu hoje que os apoios públicos à economia devem ter maior foco para evitar o que aconteceu nos últimos anos: a “pulverização” de apoios.
Na que considerou ser a sua “principal missão” defendeu que é preciso alterar o “perfil de especialização da nossa economia” para criar uma “economia mais sofisticada, complexa,pagar melhores salários,e gerar receitas para pagar um estado social avançado. É preciso investir na educação, na transferência de conhecimento para as empresas”, disse no seu discurso de encerramento do 24º Congresso do PS.
“O sector privado pode e deve investir onde bem entender, mas os Estados devem fazer escolhas sobre as tecnologias a apoiar. Em Portugal, a incapacidade de dizer não, levou o Estado a apoiar de forma indiscriminada independentemente do seu potencial de arrastamento da economia. A incapacidade de fazer escolhas levou a que sucessivos programas de incentivos pulverizassem apoios a todas as gavetas para assegurar que ninguém se queixava. A pulverização de apoios não dá poder de fogo. Não há recursos suficientes para transformar o que quer que seja”, acrescentou.
“Não devemos rejeitar sistema de incentivos com uma componente horizontal, mas devemos acentuar a dimensão vertical e intensificar o grau de seletividade para garantir a concentração de recursos necessários e escolher as tecnologias capazes de arrastar processos de transformação económica”, afirmou, apontando que os “sucessivos programas de incentivos de Portugal” foram dos que apresentaram “menos seletividade” na União Europeia.
“É tempo de fazer escolhas: mais dinheiro para menos sectores. Escolha de competências empresariais, científicas e tecnológicas. Sem isso não haverá melhor criação de riqueza e serviços públicos robustos”, acrescentou.
Pedro Nuno Santos prometeu assim “apresentar um programa de desburocratização e simplificação” para as empresas para “reduzir obstáculos ao investimento com respeito pelo ambiente”.
Depois, prometeu “um programa de capitalização de empresas” que seja uma alternativa ao “financiamento bancário”. Em terceiro, um programa de apoio à internacionalização.
“A política económica portuguesa precisa de fazer escolhas mais seletivas. Selecionar um número mais limitado de áreas estratégicas para apoiar durante a década para o desenvolvimento de produtos nestas áreas” para resolver problemas específicos do país, tendo o objetivo de desenvolver um debate com as empresas e com o país para escolher estes campeões.
“Queremos uma economia mais rica e desenvolvida, sabemos que é possível, só temos de decidir e agir. Não andamos a brincar às reformas”, afirmou no Congresso que teve lugar este fim de semana em Lisboa.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com