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Mais otimista, Católica vê economia portuguesa a crescer 1% este ano (com áudio)

Os economistas da Católica projetam que o PIB tenha recuado 5% em cadeia e cerca de 7% em termos homólogos no primeiro trimestre, devido ao confinamento. Contudo, melhorou as projeções para a totalidade do ano e não descarta uma recuperação mais forte.
  • Rafael Marchante/Reuters
14 Abril 2021, 12h05

A Católica está mais otimista sobre o desempenho economia portuguesa neste ano, depois de em janeiro ter antecipado uma quebra do Produto Interno Bruto (PIB) de 2%. Na atualização das projeções económicas, publicadas esta quarta-feira, o Católica Lisbon Forecasting Lab | NECEP vê a economia a crescer 1% este ano, apesar da esperar uma contração de 5% em cadeia ou cerca de 7% na variação homóloga no primeiro trimestre.

“Para o conjunto do ano de 2021, o cenário central é agora de crescimento em torno de 1%, uma revisão em alta de 3 pontos percentuais face ao ponto central da previsão anterior (-2%)”, explica o grupo coordenado por João Borges de Assunção, que justifica com uma contração do PIB inferior ao anteriormente previsto no ano passado e com a estimativa da contração do PIB no primeiro trimestre estar próxima do limiar superior das simulações anteriores do NECEP.

Para o primeiro trimestre, os economistas da Católica antecipam que a economia tenha contraído 5% em cadeia ou cerca de 7% na variação homóloga, ainda que alertem que existe “bastante incerteza neste cálculo dado que alguns indicadores, como a produção industrial ou as vendas de cimento, sugerem quebras relativamente pequenas, enquanto outros, como as operações na rede Multibanco, as vendas de combustíveis ou o volume de negócios nos serviços, apontam para quebras substantivas”, considerando que “a economia portuguesa deve ter operado a cerca de 90% do nível do quarto trimestre de 2019, o último período «normal» antes da pandemia”.

Ainda assim para a totalidade do ano mostram-se mais otimistas e assinalam que “a hipótese de crescimento mais forte não pode ser excluída à partida, dado que o terceiro trimestre do ano passado ilustra bem a possibilidade de uma recuperação rápida quando se aliviam as medidas de confinamento”.

O NECEP extrapola ainda para um cenário pessimista uma contração de 2% e para um cenário otimista um crescimento de 4% este ano. Já para 2022 e 2023, espera uma crescimento, ainda que “menor do que aquele que permitiria regressar, de forma expedita, ao nível do PIB do quarto trimestre de 2019”. No cenário central para 2022 vê a economia a avançar 4,5%, “por via da baixa probabilidade de confinamento nesse ano”, e de 3,5% em 2023, com o PIB a regressar ao nível de 2019.

“A economia portuguesa permanece num ambiente de elevada incerteza associada à evolução da pandemia, da administração de vacinas e das medidas de confinamento. As previsões de curto prazo dependem, acima de tudo, da severidade das medidas de confinamento adotadas ou ainda a adotar em 2021”, vincam, considerando que “o ambiente político, mediático e social é favorável a confinamentos severos caso se vislumbre uma deterioração significativa nos indicadores sanitários diários da pandemia, com o cenário central de crescimento fraco do PIB em 2021 a refletir o valor esperado desse efeito”.

NECEP estima subida de taxa de desemprego para 7,3% no primeiro trimestre

Os economistas da Católica projetam ainda que a taxa de desemprego deverá ter subido para 7,3% no primeiro trimestre, o que consideram ser “um aumento relativamente contido, em parte devido à velocidade com que o Governo aplicou medidas de apoio à manutenção do emprego a partir de novembro de 2020 e de forma mais intensa desde janeiro do corrente ano”.

Para a totalidade do ano, consideram provável o aumento da taxa de desemprego para valores entre 7,2% e 8% com um ponto central de 7,6%.

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