[weglot_switcher]

Mais um dia e mais uma raspadinha milionária em Wall Street

Se a capitalização dos chamados FAANG tem aumentado substancialmente face ao restante mercado, já os resultados não acompanharam o mesmo ritmo, o que coloca as avaliações dessas empresas num patamar de maior risco.
14 Janeiro 2020, 11h49

Por estes dias Wall Street mais parece aquelas barraquinhas das festas populares de verão onde se compra uma rifa e sai sempre prémio, pelo menos assim indicam os cartazes. Só no último mês de negociação nos índices norte-americanos em vinte e uma sessões foram registados catorze novos máximos históricos no S&P500 e só em seis dias é que o principal índice accionista mundial terminou no vermelho.

Na ofensiva dos Bulls é incontornável o papel fulcral do sector tecnológico que ontem deu mais um contributo importante para os ganhos registados de 1,04% no Nasdaq, um comportamento que tem sido comum nos últimos meses com um desempenho em particular das denominadas FAANG, que duplica as valorizações alcançadas pelo abrangente S&P500, e a distância não é maior porque Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon e Facebook valem hoje cerca de 18% do índice que compõe as quinhentas maiores empresas cotadas, uma relação de poder como nunca ocorreu.

Mas se a capitalização desses gigantes tem aumentado substancialmente face ao restante mercado já os resultados não acompanharam o mesmo ritmo, o que coloca as avaliações dessas empresas num patamar de maior risco e quase ao nível de startup no caso da Amazon, que tem agora um Price Earnings Ratio de 84, muito superior à média do S&P500, já de si muito esticada, que é de 18. Com efeito o principal índice está agora com uma avaliação tão cara como no período pré rebentamento da bolha das dot.com e muito superior ao registado antes da crise financeira, quando esse rácio era de 15,8.

Seguunda-feira, e como seria de esperar, o ruído principal no mercado teve a ver com o tema da guerra comercial e um dos tópicos principais foi a decisão dos EUA de retirar a China da lista de países manipuladores de moeda, o que reforça o sentimento de que o conflito comercial aparentemente insanável há bem pouco tempo está agora bem menos crispado, e aparentemente assim continuará pelo menos até às eleições presidenciais de Novembro nos EUA.

Com a chegada ontem do Vice-Premier do Governo chinês a Washington e com a perspectiva da assinatura amanhã do acordo parcial, o sentimento deverá continuar positivo ficando para o final da semana alguma reacção mais concreta dos investidores à qualidade dos resultados que entretanto forem saindo, sendo que esta primeira semana é dominada pelo sector bancário. Os activos refúgio continuaram à mercê da pressão vendedora vergando o Yen e o Ouro a cederem -0,4% e -0,8% para os 109,93 e $1,549 por onça, respectivamente.

O gráfico de hoje é da Jerónimo Martins, o time-frame é mensal.

 

 

Os títulos da retalhista portuguesa estão numa lateralização multi-anual que poderá ser quebrada quando o preço sair de fora do canal a azul

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.