O Manchester City terá dado valores falsos à UEFA sobre o Fair Play Financeiro em 2014. Segundo uma investigação feita pelo jornal “The Guardian” revelada esta quinta-feira, 23 de janeiro, os citizens estão também acusados de não ter entregue os extratos bancários e caso estas ilegalidades fiquem provadas, o clube inglês enfrenta pesadas sanções.
Em 2012 e 2013 os relatórios financeiros do Manchester City indicavam 118,75 milhões de libras (140 milhões de euros) em patrocínios de empresas que se encontram sediadas em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos e do qual é originário o dono do clube inglês, o Sheikh Mansour bin Zayed al-Nahyan. No entanto, os métodos contabilísticos usados com o dinheiro das transferências e a criação de duas novas empresas foram rejeitadas.
Cerca de 60 milhões de libras (71 milhões de euros) foram adicionadas às perdas do clube pela UEFA como resultado de investigações relacionadas com os métodos contabilísticos, de acordo com o “The Guardian”. O órgão que tutela o futebol europeu contratou consultores em 2014 que analisaram as contas do clube inglês nesse ano, concluindo que o emblema de Manchester havia tido prejuízos de 180 milhões de euros em 2012 e 2013, valor muito acima dos 45 milhões previstos pelo Fair Play Financeiro da UEFA.
O acordo assinado em maio de 2014 entre o Manchester City e a UEFA acabou por um travão nas verbas gastas nas transferências de jogadores, mas segundo o jornal inglês, alguns membros da UEFA, eram da opinião que a entidade deveria ter aplicado os regulamentos de forma rigorosa ao clube logo naquela altura. De tal forma, que meses depois do acordo assinado um dos responsáveis da UEFA acabou por se demitir.
Recorde-se que em novembro de 2018, o jornal alemão “Der Spiegel” divulgou emails internos do Manchester City e documentos que indicavam que o dono do clube era o responsável por financiar os patrocínios da Etihad, algo que era desconhecido pela UEFA. Os mesmos documentos revelaram que Gianni Infantino, atual líder da FIFA, mas que na altura era presidente da UEFA terá estado envolvido neste acordo. Os elementos da entidade para a área do controlo financeiro dos clubes vão analisar esta semana as queixas feitas contra os citizens.
Caso as acusações fiquem provadas, o Manchester City poderá ser banido da Liga dos Campeões, sendo que e caso seja essa a decisão tomada pelos elementos da UEFA, o clube poderá recorrer para tribunal arbitral do desporto (TAD). Um porta-voz do atual campeão inglês referiu ao “The Guardian” que “a posição do clube continua a ser a de não fazer mais comentários sobre materiais tirados do contexto. A tentativa de danificar a reputação do clube é organizada e clara”, afirmou.
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