São dez semanas seguidas, apenas com alguns dias de intervalo. Os protestos em Hong Kong começaram a 6 de julho mas intensificaram-se durante a primeira semana de agosto. Apesar de já ter apresentado diversos golpes económicos devido à guerra comercial entre os EUA e a China, a economia de Hong Kong está a ser severamente afetada.
Os protestos começaram por ser pontuais, com marchas durante o fim de semana mas a situação rapidamente escalou e desde o dia 30 de julho que se tornou diária. O gás lacrimogéneo da polícia contra os manifestantes parece estar a dispersar mais rápido o turismo e as vendas do que os próprios protestantes.
A Bloomberg avança que grandes marcas como Disney e Prada têm sofrido grandes impactos desde o início das manifestações. A companhia aérea Cathay Pacific Airways cancelou centenas de voos após o aeroporto ter sido encerrado devido aos confrontos sentidos no país.
De acordo com a agência norte-americana Bloomberg, cerca de 622 mil milhões de dólares (560 mil milhões de euros) em ações de valor de mercado foram eliminadas desde o início do mês de julho, sendo que os analistas estão preocupados que os valores das propriedades possam apresentar grandes quebras.
No segundo semestre, o produto interno bruto de Hong Kong cresceu 0,6% e os analistas da Bloomberg Economics estimam que a crescente agitação possa aumentar a possibilidade de uma recessão.
As manifestações dos cidadãos de Hong Kong estão a pressionar a primeira-ministra Carrie Lam, sendo que já correram dois meses e meio desde a primeira. No início, o mercado das ações ainda permaneceu estável mas enquanto a violência aumentava o mercado seguia o caminho contrário.
Alguns economistas estimam que caso os protestos continuem é possível que aconteça uma recessão, embora o governo de Hong Kong se tenha comprometido a tomar medidas para sustentar a economia. O índice de mercado Hang Seng, desde o dia 2 de julho, acumulou perdas de 12%.
As maiores marcas de luxo e os grandes retalhistas estão a dar conta de um arrefecimento das vendas. O grupo Swatch, a Compagnie Financière Richemont, Prada, Ralph Lauren e Levi Strauss estão entre as marcas de luxo mais atingidas pelo encerramento de lojas e pela redução do número de turistas. O grupo hoteleiro InterContinental também relatou uma diminuição nas viagens de negócios.
Os analistas estimam uma quebra entre 30 e 50% no número de visitantes estrangeiros durante o mês de junho, quando começaram as manifestações. As receitas do casino de Macau também apresentaram quebras na ordem dos 3,5% em julho.
Os transportes também estão a ser afetados, nomeadamente os voos para o país. Os manifestantes fecharam o aeroporto por um dia e causaram o caos, com mais de 200 voos cancelados. O preço das ações do operador de metro caiu 19% desde meados de julho, enquanto as ações da Cathay Pacific Airways caíram 20% desde julho.
O mercado da habitação de luxo manteve-se estável, embora os analistas estimem uma perspetiva em baixa. As propriedades numa zona residencial perto do aeroporto foram vendidas aos preços mais baixos desde há dois anos. O maior fomentador imobiliário de Hong Kong viu o preço das suas ações caírem em 20%.
Também os grandes magnatas e as suas famílias viram o seu preço cair de forma drástica. Com uma fortuna avaliada em 31 mil milhões de dólares (28 mil milhões de euros), o homem mais rico de Hong Kong, Li Ka-shing, viu a sua fortuna cair cerca de 12% desde o início dos protestos.
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