O presidente da República felicitou “Pedro” Pablo Pichardo pela conquista do ouro na prova de triplo salto, esta madrugada de quinta-feira, nos Jogos Olímpicos em Tóquio, salientando que “é essa a riqueza de Portugal”.
Aos jornalistas, esta tarde, no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o “orgulho português” nesta matéria não deve ser nem “xenófobo, racista ou limitativo”, mas sim “abrangente”.
“Temos é de fazer abraçar essa riqueza”, disse. “Noutros domínios, onde tem sido mais difícil fazer chegar ao topo aqueles que vêm de origens diversas daquelas que muitas vezes são consideradas como as únicas verdadeiramente nacionais”, acrescentou, fazendo referência às críticas que têm surgido por causa da naturalização de Pedro Pichardo.
O atleta, de origem cubana, desertou do país e escolheu Portugal para viver, em 2017. Naturalizou-se em dezembro desse mesmo ano, mas só foi autorizado a representar a seleção portuguesa, em agosto de 2019. O medalhista de 28 anos, é agora o mais recente campeão olímpico português ao vencer o ouro no triplo salto nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, depois de ter atingido a marca dos 17,98 metros, um novo recorde nacional.
Sobre o assunto, Marcelo considera ser uma “questão menor” e que não reconhecer atletas de outras origens, “nascidos ou não em território nacional”, é uma forma de “xenofobia, racismo e discriminação” por “acharmos que bons são só os brancos, os nacionais de origem e não aqueles que têm outra origem”.
“Deve ser essa a nossa riqueza. Uma sociedade aberta, inclusiva e não intolerante e que perde muito tempo com brigas de segunda ordem”, rematou.
Marcelo “esperançoso” quanto à vacinação de crianças entre os 12 e 15 anos
No mesmo momento, o Chefe de Estado aproveitou para felicitar o processo de vacinação que “está a avançar muito rapidamente”. Marcelo fez referência às medidas anunciadas na semana passada, nomeadamente, o processo de “libertação da economia”, que entrou na sua primeira fase no passado dia 1 de agosto. Marcelo, que se encontrava de visita oficial ao Brasil, considerou ter sido “uma boa decisão de abrir mais a economia nacional”.
“Espero que a vacinação vá avançando de acordo com as prioridades definidas, incluindo até ao limite possível a população portuguesa”, disse, confessando estar “muito esperançoso que seja muito rápida a vacinação entre os 16 e 17 anos e que seja possível chegar aquilo que não é para agora e que pode acontecer no futuro nas idades entre os 12 e os 15 anos”, à semelhança do que acontece na Madeira.
“O vírus está naturalmente a recuar”, ressalvou.
Questionado sobre se Portugal poderá voltar a recuar no ritmo da reabertura de economia, Marcelo argumenta que o país tem “conseguido provar muito melhor do que nós temíamos”, ainda que a hajam atividades económicas — nomeadamente a industria exportadora, agroalimentar e parte do sector dos serviços — que estão a recuperar mais devagar.
“Este trimestre, esquecendo o mês de julho, será sempre mais fraco. Que o quarto trimestre seja melhor”, acrescentou.
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