O Presidente da República Rebelo de Sousa, tinha uma deslocação marcada ao Vaticano para este sábado, 5 de outubro, para a elevação de Tolentino Mendonça a cardeal. Mas Marcelo Rebelo de Sousa, cancelou a viagem para marcar presença no funeral de Diogo Freitas do Amaral, que se realiza este sábado em Cascais.
Fonte oficial da presidência da República confirmou ao Jornal Económico que Marcelo Rebelo de Sousa cancelou a viagem ao Vaticano prevista para este sábado, 5 de Outubro, adiantando que na cerimónia de elevação de Tolentino Mendonça a cardeal estarão, no entanto, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, bem como o presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque; e a secretária do Conselho de Estado, Rita Magalhães Colaço.
Segundo a mesma fonte, as comemorações do 5 de Outubro não vão ser canceladas. Vão assim manter-se, tal como Marcelo já tinha assegurado, “com a discrição” própria de um dia de reflexão eleitoral. Haverá um momento simbólico na Câmara Municipal de Lisboa de evocação da República, não haverá discursos, mas haverá esse momento simbólico.
Marcelo Rebelo de Sousa já manifestou “o mais profundo pesar” pela morte de Diogo Freitas do Amaral, fundador do CDS, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro interino, morreu esta quinta-feira.
“O Presidente da República manifesta o seu mais fundo pesar pelo falecimento de Diogo Freitas do Amaral, um dos quatro Pais Fundadores do sistema político-partidário democrático em Portugal, como Presidente do Centro Democrático e Social”, lê-se numa nota publicada na página da Presidência da República.
Diogo Freitas do Amaral Tinha 78 anos e estava internado há duas semanas no Hospital da CUF, em Cascais, para realizar exames clínicos, segundo tinha informado a família.
O corpo do fundador do CDS-PP e antigo ministro Diogo Freitas do Amaral vai para o Mosteiro dos Jerónimos, na sexta-feira à tarde, e o funeral decorrerá sábado no cemitério da Guia, Cascais, disse à Lusa fonte familiar.
Na nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa lembra ainda que “perdeu um grande amigo pessoal de meio século” e apresenta à sua família “a expressão de grande saudade, mas, sobretudo, da gratidão nacional para o que foi o papel histórico de ter sido aquele dos Pais Fundadores a integrar a direita conservadora portuguesa na Democracia .
Segundo o Chefe de Estado, a democracia portuguesa deve a Freitas do Amaral “o ter conquistado para a direita um espaço de existência próprio no regime político nascente, apesar das suas tantas vezes afirmadas convicções centristas”. Marcelo realça que “deve, também, intervenções decisivas na primeira revisão constitucional e na feitura de diplomas estruturantes, como a Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas, a Lei Orgânica do Tribunal Constitucional, o Código do Procedimento Administrativo e parte apreciável da legislação do Contencioso Administrativo e da Organização Administrativa”.
Marcelo Rebelo de Sousa considera ainda que Freitas do Amaral acabou por ser um homem solitário, por causa da sua “visceral independência”.
“Juntando uma cuidadosa formação pessoal a uma inteligência seletiva, meticulosamente estruturada e de rara clareza na sua expressão, unindo preocupação de rigor concetual com atenção à realidade, dotado de um trato inexcedível e de uma leal constância a um grupo de amigos, colegas de Escola ou de vida, acabaria por ser sempre um Homem solitário, por causa da sua visceral independência, da sua aversão a prisões de pensamento, da sua descoberta feita ao longo de décadas de que havia mais mundos do que aquele ou aqueles que haviam marcado a sua juventude e o seu protagonismo primeiro na jovem Democracia portuguesa”, lê-se na nota da Presidência da República.
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