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Marcelo vai hoje à ONU dizer ao mundo que está “em “total sintonia” com António Guterres (com áudio)

O Presidente da República vai participar na 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU, órgão máximo daquela estrutura, pelo menos em teoria, e diz que as prioridades e objetivos do secretário-geral são também do país.
21 Setembro 2021, 07h55

“Total sintonia, isto é, concordância entre os apelos, as prioridades, os objetivos do secretário-geral e a posição portuguesa. Em tudo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que está desde sábado passado em Nova Iorque para participar na 76ª Assembleia Geral da ONU.

“Realista e determinado”, é como o chefe de Estado português analisa a prestação do antigo primeiro-ministro António Guterres à frente da ONU. Do clima à geopolítica mundial, passando pelas questões de segurança, pela imigração, pelos riscos de regulação ou disciplina no comércio ou pelo digital, Portugal e António Guterres convergem em tudo, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Tendo ao seu lado o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o Presidente da República acrescentou que a “total concordância” de posições se verifica também quanto à “importância da Conferência dos Oceanos a realizar no ano que vem em Lisboa, que tem tudo a ver com as alterações climáticas”.

Segundo o chefe de Estado, o secretário-geral da ONU “está a ver a situação, está a ver o que a pandemia significou e significa ainda e as exigências que coloca para o futuro, está a ver aquilo que é preciso fazer de recuperação económica e social”. “Está a ver o que é preciso fazer ainda em termos de alterações climáticas para conseguir uma convergência entre os vários mundos do mundo que todos formamos. Está muito consciente da situação”, prosseguiu. “Isso enche-nos de orgulho”, declarou.

O Presidente da República irá intervir esta terça-feira na sessão da Assembleia Geral – considerada o órgão máximo da estrutura – pelo menos em teoria: na prática, as decisões mais importantes e potencialmente mais polémicas acabam inúmeras vezes por ‘encalhar’ no Conselho de Segurança, onde os países que dele fazem parte permanentemente têm decisão de veto e por isso bloqueiam, quando isso lhes é favorável, qualquer decisão. Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China são os cinco membros permanentes, com os dez restantes a serem eleitos pela Assembleia Geral para mandatos de dois anos. A ONU tem neste momento 193 Estados-membros. Portugal aderiu em 1955 – e teve nos anos seguintes os mais diversos problemas por manter o seu caráter colonialista, o que muito desagradava a diversos Estados-membros, principalmente do chamado grupo do Terceiro Mundo.

A Assembleia reúne em sessões ordinárias de setembro a dezembro de cada ano e posteriormente sempre que isso se torne necessário – o que normalmente acontece em regime de emergência.

Sobre o seu discurso, o chefe de Estado adiantou que irá “saudar muito especialmente o secretário-geral reeleito por aclamação” e que irá “apoiar as prioridades dele para os próximos cinco anos”. Há três meses, António Guterres prestou juramento para um segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU, que decorrerá até ao fim de 2026.

Este ano, a prioridade das conversações está virada para o mundo pós- pandemia e a redefinição da economia global. Os debates sobre segurança e alterações climáticas, especificamente as emissões de gases com efeito de estufa, deverão ter lugar na quarta-feira. Esta terça, o primeiro Presidente a discursar será o brasileiro Jair Bolsonaro, cabendo ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, encerrar os trabalhos do dia.

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