Marcelo Rebelo de Sousa “tudo fará” para evitar a entrada do Chega no novo Governo que vai ser delineado de acordo com os resultados das próximas eleições, avança o “Expresso” esta sexta-feira.
De acordo com o semanário, o Presidente da República deverá, no máximo, aceitar o apoio de André Ventura a um eventual Governo mas vai evitar a todo o custo a sua entrada no Executivo.
Num vislumbre daqueles que serão os cenários pós-eleitorais, é ainda abordada a possibilidade que foi veiculada durante parte da campanha e que foi avançada por André Ventura: um eventual Governo de direita que sairá de um acordo entre o líder do Chega e figuras do PSD, caso haja uma maioria de direita mas Luís Montenegro perca as eleições. Para Belém, essa situação “não existe” e está a ser vista como “um delírio.
O presidente do Chega, André Ventura, elogiou o Presidente da República em fevereiro por ter sido o primeiro a garantir que não se iria opor a uma solução governativa que envolvesse o terceiro partido mais votado nas últimas eleições legislativas.
Em entrevista ao “Diário de Notícias” e confrontado com uma situação de provável impasse governativo, em face de não se chegar a uma maioria estável no Parlamento para suportar um Executivo, o líder partidário considera que “os Governos de iniciativa presidencial ficaram sem espaço de legitimidade após as últimas revisões constitucionais” e que o Presidente da República “não é eleito para criar Governos”.
André Ventura admite que esse cenário “até podia ser aceitável para a maioria dos portugueses” mas que poderia pecar “em termos de legitimidade política”. Assim, e recordando as palavras de Marcelo, o presidente do Chega realçou que “os partidos têm de se entender”.
“Tenho sido muito crítico dele, mas foi o primeiro a garantir que não obstaculizaria uma solução que envolvesse o Chega. Dou-lhe esse crédito”, salientou o presidente do Chega.
A intenção do Presidente da República foi revelada em novembro no “Expresso” e antevê um crescimento substancial do reforço eleitoral do partido liderado por André Ventura. Não se perspectivando nenhuma solução estável de Governo, seja à esquerda (com entendimentos como a “geringonça” pouco prováveis) ou à direita (com a recusa de coligações pré-eleitorais), o que parece certo é um cenário de instabilidade governativa.
Quanto à eventual presença num Governo, André Ventura destaca que “não faz questão de ter um lugar” mas quanto a eventuais contrapartidas da AD que não passem pelo poder executivo, veria com bons olhos que o Chega indicasse o próximo presidente da Assembleia da República: “Diogo Pacheco de Amorim era um bom presidente da Assembleia da República”, realçou.
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