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Maré negra no Brasil força voluntários a recolher 900 toneladas de petróleo das praias

A maré negra de petróleo atingiu este fim-de-semana em força as praias do litoral sul do estado de Pernambuco, no Brasil.
  • DR Stringer/Reuters
22 Outubro 2019, 13h29

Na noite de segunda-feira, o Sport Club Bahia, uma das maiores equipas de futebol do nordeste do Brasil, enfrentou a rival Ceará com manchas pretas de petróleo nas t-shirts vermelhas, brancas e azuis do equipamento dos jogadores. Este foi o mais recente sinal de indignação crescente devido ao derrame de petróleo de origens misteriosas que, desde o início de setembro, se alastrou por mais de 2.200 quilómetros afetando 72 municípios de nove estados nordestinos, informa o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Até ontem, segunda-feira, já foram recolhidas mais de 900 toneladas de petróleo, informou a Marinha brasileira, misturado com areia mas a origem da maré negra ainda não é conhecida. Sem certezas, os voluntários temem que o óleo continue a dar à costa.

Desde setembro que os moradores e empresários da zona vinham alertando as autoridades para pequenos vestígios de óleo nas praias e, depois de mais de um mês de ameaças, a maré negra de petróleo atingiu este fim-de-semana em força as praias do litoral sul do estado de Pernambuco. Na quinta-feira, o oleo chegou à Praia de Carneiros, no distrito de Tamandaré, tendo aparecido depois na zona de Maracaípe e nas praias de Cupe e Muro Alto, vizinhas da famosa praia de Porto de Galinhas, no distrito de Ipojuca.

Na noite de domingo, o derrame de óleo tinha já chegado a novas praias na zona de Cabo de Santo Agostinho, afetando locais tradicionais de pesca e recolha de marisco que representam o sustento de algumas destas comunidades. As manchas de óleo chegaram também à praia do Paiva em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, e as autoridades admitem a possibilidade de atingirem as praias da capital do estado, Recife, apelando para a mobilização de voluntários para as operações de limpeza.

Esta segunda-feira, o vice presidente brasileiro Hamilton Mourão anunciou que iria destacar cinco mil militares para ajudar a limpar o derrame, porém, para ativistas e associações ambientalistas a resposta não será suficiente dado a gravidade da situação. A Petrobras também tem cooperado na limpeza das manchas. A empresa mobilizou 120 pessoas para fazer a limpeza das praias em Sergipe. Em Pernambuco, nas últimas 24 horas, foram limpas as praias de Suape, Muro Alto, Cupe, Porto de Galinhas, Pontal do Maracaípe; Praia do Guaiamum, a localidade de Ave-o-mar, em Sirinhaém, Foz do Rio Una, Mamucambinhas e Foz do Rio Formoso. As praias do Paiva, em Pernambuco, e do Atalaia, em Sergipe, permanecem com a limpeza em andamento, feita por militares da Marinha do Brasil.

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