[weglot_switcher]

Maria Isilda Ribeiro. A costureira portuguesa que coseu a bandeira americana que está na Lua há 50 anos

Um dia chegou a encomenda ‘espacial’ para ser hasteada na Lua, a que “faltava coser as bainhas, a dobra para a haste e fazer alguns remates”, recorda a costureira portuguesa no 50º aniversário da chegada do homem à Lua.
16 Julho 2019, 14h33

O 50º aniversário da chegada do homem à Lua foi celebrado na segunda-feira, 15 de julho. Neil Armstrong e Buzz Aldrin tornaram-se nos primeiros homens a pisar solo lunar, numa época em que os Estados Unidos e a União Soviética tinham em curso uma corrida ao espaço. A marcar o momento, os astronautas deixaram uma bandeira dos Estados Unidos que ainda hoje está na Lua.

Depois de alguma insistência, Maria Isilda Ribeiro quebrou o silêncio. Em entrevista a Rádio Renascença (RR), a emigrante de Aveiro conta que rumou aos EUA com apenas 20 anos. Encontrou emprego em Nova Jérsia numa fábrica de bandeiras, a Annin & Company e “foi logo trabalhar”.

“A minha sogra estava na fábrica e eu e minha cunhada fomos parar lá. Tinha aprendido a costurar com umas tias da minha mãe e fiz um curso cá”, contou na sua casa em Soza, no concelho de Vagos, onde goza a reforma.

Um dia chegou a encomenda ‘espacial’: a bandeira norte-americana, com 90 centímetros por metro e meio, em fibra de vidro e nylon, para se hasteada na Lua, a que “faltava coser as bainhas, a dobra para a haste e fazer alguns remates”.

“Foi segredo enquanto não se soube. Não foi só lá que mandaram fazer a bandeira. Acabou por ser essa porque era especial, uma fibra especial. A minha chefe é que disse que tinha sido essa, a que eu tinha eu tinha findo, que foi a escolhida”, recordou Maria Isilda Ribeiro.

De acordo com a RR, a NASA nunca revelou quem forneceu a bandeira deixada na Lua por Neil Armostrong, gerando-se alguma especulação entre fornecedores, mas a Annin & Company garantiu que era a sua, versão que foi aceite para a História.

Maria Isilda Ribeiro voltou da América, onde tem filha e neta, para tratar dos pais na velhice e acabaria por não mais deixar a terra que a viu nascer há 73 anos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.